AO VIVO
AO VIVO
AO VIVO
Home » Praia Grande em Torres está contaminada com 650 microplásticos por kg de areia, alerta estudo

Praia Grande em Torres está contaminada com 650 microplásticos por kg de areia, alerta estudo

por Melissa Maciel
A+A-
Reset

A poluição plástica já é uma realidade alarmante em diversas regiões costeiras do Brasil, e um novo estudo da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS) revela um dado preocupante: a Praia Grande, em Torres, apresenta uma média de 650 partículas de microplástico por quilograma de areia. Essa contaminação representa um risco direto à biodiversidade local e pode impactar a saúde humana.

Os plásticos são amplamente utilizados devido ao seu baixo custo e durabilidade, mas sua produção global, que chegou a 390,7 milhões de toneladas em 2021, tem resultado em acúmulo massivo no meio ambiente, especialmente em ecossistemas marinhos e costeiros. Pequenas partículas, conhecidas como microplásticos, àquelas com menos de 5 mm de diâmetro, são facilmente dispersas e acabam sendo ingeridas por organismos marinhos, podendo atingir a cadeia alimentar humana.

ESTUDO PIONEIRO NA REGIÃO

Para quantificar essa contaminação, os pesquisadores coletaram amostras de areia em 30 pontos diferentes da praia e realizaram análises por técnicas avançadas, como separação por densidade, digestão química e microscopia de fluorescência. O resultado final revelou a presença expressiva de microplásticos, confirmando que a poluição plástica também atinge com força o litoral sul do Brasil.

Segundo o professor Maurício Reis Bogo, da Escola de Ciências e Saúde da Vida da PUCRS e coorientador do estudo, o impacto desse problema vai além da vida marinha.

“Podemos estar consumindo alimentos orgânicos, sem inseticidas ou pesticidas, mas que contêm plástico. Isso precisa de um alerta urgente”, destaca.

O Sul do Brasil é uma região particularmente vulnerável, pois rios como o Mampituba transportam lixo plástico para o mar, agravando a contaminação costeira. O estudo aponta que atividades humanas como turismo, pesca e agricultura intensificam essa poluição.

SOLUÇÕES URGENTES

O idealizador da pesquisa, Kauê Pelegrini, doutor pela PUCRS, ressalta a necessidade de um planejamento municipal eficiente para mitigar esse problema.

“Evitar que os plásticos cheguem ao mar é fundamental para reduzir a presença de microplásticos na região. Medidas como gerenciamento adequado de resíduos e mutirões de limpeza nas praias são essenciais”, explica.

O saldo da pesquisa, apesar dos dados alarmantes, é positivo, pois abre caminho para novas investigações e políticas públicas que possam minimizar esse impacto.

Com informações da PUC-RS.

>> Receba as notícias da Maristela sobre o Litoral Norte gaúcho e o Sul catarinense no seu WhatsApp! Clique aqui e fique bem informado.