Após 40 dias de investigação, a Polícia Civil conseguiu localizar em um motel do bairro
Azenha, em Porto Alegre, o empresário Carlos Flores Chaves Barcellos, o Alemão Caio. O
homem é acusado de matar o namorado da ex-mulher por ciúmes em 2011, em Torres, no
Litoral Norte.
O ex-empresário estava foragido desde julho, quando teve a prisão preventiva decretada e
não foi localizado. De acordo com o titular da Delegacia de Capturas do Deic, delegado Arthur
Raldi, Caio se aproveitou de uma rede de contatos para conseguir se esconder nesse período. Ficou escondido em diversos locais, com apoio de diversas pessoas que estavam dando
guarida para ele em Porto Alegre e outras cidades. Essas pessoas fazem parte da investigação e
existe possibilidade de serem responsabilizadas — relatou Raldi.
O empresário não tentou reagir quando foi surpreendido pelos policiais. Ele estava no motel,
onde iria se encontrar com uma mulher. Segundo Raldi, o réu estava planejando fugir para
Santa Catarina, onde ficaria escondido até que a prisão preventiva fosse derrubada pela defesa.
Até a publicação desta reportagem, o advogado do acusado não havia se manifestado.
Com problemas de saúde, que inclusive determinaram a prisão domiciliar que era cumprida
em clínicas, Caio estava debilitado. Conforme os policiais, conseguiu manter o tratamento por
meio de contatos com médicos e enfermeiros que prestaram apoio.
Alemão Caio vai a Júri por homicídio triplamente qualificado e tentativa de homicídio
duplamente qualificada. Por alegação de problemas de saúde, o júri chegou a ser transferido
cinco vezes.
Entenda:
A vítima do crime não era apenas companheiro da ex-mulher de Alemão Caio. Era também
amigo de infância do réu. José Augusto de Medeiros Neto, morto aos 50 anos, era surfista e,
assim como o acusado, um dos pioneiros do esporte no Estado.
De uma das mais tradicionais famílias gaúchas, o réu não teria aceitado o relacionamento
do amigo com a ex-mulher, o que teria motivado o crime.
A Polícia Civil apurou que, após esfaquear José Augusto de Medeiros Neto, Alemão Caio teria
golpeado a ex-companheira e apontado uma pistola para ela. Na hora que tentou efetuar o
disparo, a arma falhou. O filho que Alemão Caio tem com a ex-companheira, na época com 10
anos, presenciou o crime.
O empresário chegou a ser preso em flagrante na casa da vítima, na época do crime. Anos
depois, foi beneficiado pela prisão domiciliar, alegando problemas de saúde. Passou por
avaliações de sanidade mental e teve recursos analisados pelo Tribunal de Justiça.
Desde 2014, cinco júris chegaram a ser marcados mas, sempre em virtude das fugas do
réu, os julgamentos foram adiados. O último estava marcado para junho deste ano, quando
escapou novamente. A recente fuga originou o mandado de prisão preventiva cumprido nesta.
Em julho, houve buscas em três endereços diferentes na Capital, mas os policiais não
conseguiram localizar Alemão.
O próximo júri está marcado para o dia 13 de setembro. O réu pode receber pena de 12 a 30
anos de prisão pelo homicídio e de 10 a 20 anos pela tentativa de homicídio em caso de
condenação.
Fonte: Zero Hora
Alemão Caio é preso em Porto Alegre
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