A Coleção Arqueológica Balbino de Freitas – uma das principais coleções de itens dos antigos nativos de nosso país – pode ter sido queimada no incêndio do Museu Nacional, ocorrido na noite de domingo, 2, no Rio de Janeiro. Trata-se de uma grande coleção de conchais e artefatos indígenas coletados ao longo de anos em nossa região, pelo morador torrense José Luiz Balbino de Freitas.
Em 2015, durante uma das palestras do evento “Conversando com a História”, o historiador Rafael Frizzo havia levantado a questão da doação do acervo de Balbino de Freitas ao Museu Nacional, os itens remetiam aos primeiros habitantes do nosso litoral, estabelecidos há mais de 7 mil anos “A aparição de zoófitos (artefato em pedra) por aqui demonstra riqueza cultural e estabilidade dos povos indígenas desde os kaigangs, por exemplo, grupos anteriores aos Guaranis”, indicou o historiador, que concluiu dizendo que o ideal seria a retomada de ao menos parte destas coleções para Torres (seu local original). “Porém, para isso precisaríamos de uma estrutura adequada, como investimento na área de museus”.
A imprensa citou a raríssima coleção de Balbino de Freitas como um dos tesouros históricos únicos que estavam no Museu Nacional – com relevância por seus artefatos indígenas retirados da região de Torres. O destaque apontado pela imprensa foi um cesto (na foto) parcialmente conservado e revestido internamente em resina (item que foi achado em um sambaqui).
Vinculado a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), o Museu Nacional é a mais antiga instituição científica do Brasil e, até seu trágico incêndio, figurou como um dos maiores museus de história natural e de antropologia das Américas. O site ‘O Dia’ salientou que o conjunto arquitetônico da Quinta da Boa Vista, o edifício do museu – e a coleção do torrense Balbino de Freitas – são tombados desde 1938 como patrimônio cultural brasileiro pelo Instituto do Patrimônio Histórico Artístico Nacional (Iphan), entidade vinculada ao Ministério da Cultura.
Fonte: Jornal A Folha
Coleção Arqueológica de Torres estava no Museu Nacional que pegou fogo
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