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Homem que viveu nas ruas de Tramandaí reencontra família após 35 anos

por Central de Jornalismo
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Durante 35 anos, a família do paraibano Francisco Pinheiro da Costa, de 64 anos, não teve nenhuma notícia dele. Não tinha nem certeza se ainda estava vivo. Nos últimos seis anos, Francisco viveu em Tramandaí e boa parte deste tempo nas ruas da cidade do Litoral Norte Gaúcho. Nesta semana, o reencontro entre eles foi marcado por muita emoção.

Foto: Arquivo da Família

Uma das irmãs e um dos três filhos de Francisco vieram de Natal, no Rio Grande do Norte, onde a família mora, e reencontraram o idoso no Desafio Jovens Gideões, onde ele estava abrigado há quase três anos.

Entre 2013 e 2017, Francisco dormia nas imediações da Praça da Tainha e catava latinhas nas ruas das cidade. Em 2017, a equipe de abordagem social da Secretaria de Desenvolvimento e Assistência e Social de Tramandaí encontrou o então morador de rua bastante debilitado. Ele foi levado até a ficou dois dias sob cuidados médicos.

Depois do tratamento, Francisco aceitou ser encaminhado ao Desafio Jovens Gideões, que mantém convênio com a Prefeitura de Tramandaí. “Sempre que perguntávamos pra ele da família, ele dizia que não tinha família”, lembrou a psicóloga que é a responsável técnica pela comunidade de acolhimento, Suelen Rodrigues da Silva.

Segundo Suelen, há dois meses, no entanto, o então coordenador da instituição, Cléo Joel da Silva, conversava com Francisco quando ele falou sobre um dos filhos, o caçula Petrucio. Com esta única pista, iniciava a busca pela família.

Cléo localizou Petrucio no Facebook e enviou uma mensagem, mas não teve resposta. O filho havia desativado o perfil na rede social. “Passaram-se dois meses quando Petrucio comprou um celular novo e Petrucio precisou ativar esse Facebook para habilitar o celular. Foi ai que ele recebeu a mensagem”, contou Suelen.

Foi em um telefonema que Francisco conversou com os filhos pela primeira vez depois de mais de três décadas. “No exato momento que eles ligaram eu fui até o seu Francisco, coloquei no viva voz. Tinha aquelas dúvidas: será que é realmente o meu pai? Ele está lúcido? Ele lembra?”, contou a psicóloga.

Ela relatou que, durante a conversa, Francisco recordou de todos os familiares. “Ele lembrou de todos. Foi um momento muito lindo. Os filhos, pelo telefone, começaram a chorar, o pessoal da comunidade que estava junto também”, disse Suelen.

O reencontro

Na última terça-feira (27), a irmã de Francisco Ilda Pinheiro e o filho Alan Pinheiro vieram de Natal, no Rio Grande do Norte, para Tramandaí. O reencontro foi marcado por lágrimas, emoção e abraços.

“O acolhimento da equipe foi de grande importância para a saúde do meu irmão. Fazia mais de 30 anos que nós não nos víamos e sempre esperamos por este momento. Nosso pai, que atualmente tem 88 anos, está esperando ansiosamente o retorno de Francisco para casa, onde será recepcionado com muita alegria e amor”, agradeceu emocionada a irmã Ilda Pinheiro.

Ilda contou que o irmão costumava sair para trabalhar no Sudeste do País. “Passava dois, três meses em São Paulo e retornava para casa, até que um dia ele subitamente desapareceu”, lembrou.

O prefeito de Tramandaí, Luiz Carlos Gauto, acompanhou o reencontro.

“Gostaria de agradecer primeiramente, pelo trabalho desenvolvido pelos Jovens Gideões em parceria com a Secretaria de Desenvolvimento e Assistência Social. Este encontro emocionante serve como uma lição para sempre fortalecermos os laços com nossos familiares para que em toda e qualquer situação de vulnerabilidade, todos estejam amparados”, destacou.

“O Seu Francisco ficou por quase três anos no Desafio Jovem Gideões. Ele esteve em situação de rua e permaneceu durante este tempo se recuperando e convivendo com mais de 50 acolhidos. Esta é mais uma prova de Deus, uma lição em nossas vidas de que devemos fazer cada vez mais nosso trabalho sem olhar a quem, que o bem triunfará”, afirmou a Secretaria de Assistência Social Cristiane Muller.

No mesmo dia, Francisco seguiu com a irmã e o filho para Natal, onde reencontrou os outros dois filhos, A outro irmã, o pai, os netos e outros familiares.

Fonte: Litoral na Rede