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Diocese de Osório terá Semana Santa em casa, mas em unidade

por Central de Jornalismo
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No próximo domingo, 5 de abril, a Diocese de Osório dará início às celebrações da Semana Santa, que neste ano, diante da pandemia de coronavírus, serão vivenciadas de forma diferente.

O arcebispo Arthur Roche, secretário da Congregação para o Culto Divino, afirma que, neste momento de provação, “devemos tentar parar o contágio, sem interromper a nossa oração, ao contrário, multiplicando-a”. Em sintonia com a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), o bispo da Diocese de Osório, dom Jaime Pedro Kohl, emite orientações a todo Clero e aos fiéis das 23 paróquias no Litoral Norte gaúcho, sobre como melhor celebrar a Semana Santa, com propostas de adequação para a realidade atual.

A orientação é que os fiéis sejam informados do horário de início das celebrações, para que possam participar da oração em seus lares. Poderão fazer uso diretamente dos meios de comunicação social, como as rádios e TVs católicas por todo o país e, especialmente, acompanhar as transmissões ao vivo das celebrações por meio das páginas das paróquias no Facebook. Em qualquer situação, continua sendo importante dedicar um tempo adequado à oração.

De acordo com dom Jaime, “as condições de distanciamento social em que nos encontramos a viver nos levam a celebramos a Semana Santa de forma toda especial. Certamente o aspecto penitencial pode ser vivenciado quase ao natural, mas podemos senti-lo mais profundamente pelo fato de estarmos meditando e rezando o mistério da paixão e morte de Jesus, que desemboca na Ressurreição.

E acrescenta: Independentemente daquilo que conseguirem acompanhar pelos meios de comunicação, uma leitura pessoal ou familiar de uma das narrações da Paixão será muito oportuna e saudável para significar esse momento de dor e sacrifício”, sugere o bispo.

Confira as orientações para a Semana Santa:

“Orientações para as Celebrações da Semana Santa

As condições de distanciamento social em que nos encontramos a viver nos levam a celebramos a Semana Santa de forma toda especial. Certamente o aspecto penitencial pode ser vivenciado quase ao natural, mas podemos senti-lo mais profundamente pelo fato de estarmos meditando e rezando o mistério da paixão e morte de Jesus, que desemboca na Ressurreição. Independentemente daquilo que conseguirem acompanhar pelos meios de comunicação uma leitura pessoal ou familiar de uma das narrações da Paixão será muito oportuna e saudável para significar esse momento de dor e sacrifício.

Em princípio seguimos as indicações da Congregação para o Culto Divino e da CNBB que já chegaram a todos pelos meios de comunicação. Portanto, somente aponto para alguns aspectos em modo muito sucinto. (Convém que mantenhamos as celebrações a portas fechadas, comunicando as comunidades através dos meios que temos a disposição os horários das celebrações em modo que as pessoas possam se colocar em sintonia e em comunhão com sua paróquia mesmo estando em suas casas).

>> Domingo de Ramos: duas formas possíveis e significativas que sugiro: 1º) Marcar as portas das casas com ramos que em tempo normal costumamos levar para a celebração; 2º) Levar os ramos para a Igreja em que vai acontecer a celebração no Domingo, no máximo até sábado ao meio-dia e buscá-los a partir de segunda-feira. Uns e outros podem ser considerados abençoados, pois os párocos na celebração que vão presidir, ao abençoar os ramos que tiverem a disposição entendam abençoar todos aqueles que as famílias desejam que sejam marcados como sinal de sua fé e devoção.

> A Coleta da Campanha da Fraternidade prevista para esse dia está transferida para outra a ser marcada pela CNBB.

>> Missa do Crisma: esta celebração que está agendada para quarta-feira, 8 de abril, em Terra de Areia, não será realizada nesse dia, mas transferida para dia 16 de maio, por ocasião do Encontro de Estudo do Clero sobre Liturgia, em local a ser definido oportunamente, podendo permanecer em Terra de Areia, mas não necessariamente.

>> Missa da Ceia do Senhor: seja celebrada na comunidade sede da paróquia no final da tarde, omitindo o lava-pés e depositando o Santíssimo no Tabernáculo habitual.

>> Celebração da Paixão (Sexta-feira Santa): seja realizada como pede o Missal Romano, acrescentando na Oração Universal uma intenção sobre a pandemia do COVID 19: Oremos ao Deus da vida, salvação do seu povo, para que sejam consolados os que sofrem com a doença e a morte provocadas pela pandemia do novo coronavírus; e que sejam também inspirados os que se dedicam com a pesquisa de uma vacina eficaz. (Reza-se em silêncio; depois o sacerdote diz:) Ó Deus, nosso refúgio nas dificuldades, força na fraqueza e consolo nas lágrimas, compadecei-vos do vosso povo que sofre sob a pandemia, para que encontre finalmente alívio na vossa misericórdia. Por Cristo, nosso Senhor. Amém.

No momento da Adoração da Cruz, onde a celebração for transmitida pelos meios de comunicação social, o sacerdote pode apresentá-la aos fiéis convidando-os a um momento de adoração silenciosa. A coleta para os lugares santos, prevista para este dia, será realizada dia 13 de setembro, na véspera da Exaltação da Santa Cruz.

>> Celebração da Vigília Pascal (sábado santo): no início da Vigília omite-se a Bênção do Fogo Novo e se passa imediatamente à Bênção do Círio e ao Anúncio da Páscoa, utilizando-se a forma breve. Na Liturgia da Palavra, pode-se omitir as Leituras da Vigília menos a da Passagem do Mar Vermelho (Ex 14,15-15,1), entoa-se o Glória, reza-se a Oração do Dia e proclamam-se a Primeira Leitura e o Evangelho. Após a homilia, faz-se imediatamente a Renovação das Promessas do Batismo, omitindo-se a Liturgia Batismal. A Celebração segue normalmente até à Benção Final.

>> Domingo da Páscoa: para o Domingo da Páscoa siga-se a mesma disposição já emanada no Decreto Diocesano do dia 20 de março de 2020 (sem a participação dos fiéis).

Certamente vai ser uma Semana Santa diferente. Não menos santa que as demais, especialmente se conseguirmos criar um clima de reflexão e oração em nossa casa. Os jeitos e meios podem ser vários: participar todos juntos – os que estão na casa – das celebrações através da TV, rádio, Facebook, etc.; fazer alguma celebração em família conforme proposta da Comissão de Liturgia Nacional ou do Apostolado Litúrgico que serão disponibilizadas no site da Diocese; criar um pequeno oratório colocando no centro a Bíblia, um crucifixo, uma vela, copo de água, imagem de Nossa Senhora…; fazer uma leitura pessoal ou como família de uma narração da paixão, morte e ressurreição de Jesus.

Embora o momento delicado e crítico que vivemos não podemos nos deixar tomar pelo medo e o desânimo, porque Cristo venceu a morte e nos abriu para uma esperança viva pela sua ressurreição. A Páscoa desse ano pode sim ser feliz e muito feliz. Os motivos, cabe a nós percebe-los e são muitos. Tenhamos todos uma Páscoa muito abençoada.

Osório, 02 de abril de 2020.

Dom Jaime Pedro Kohl

Bispo Diocesano”