Ao contrário dos produtores do interior de São Paulo, que estão vendendo mais durante a pandemia, a estiagem no Sul do Brasil freou a comercialização e encontrou consumidores mais seletivos em decorrência da crise econômica. “A gente tem uma avaliação que a seca prejudicou muito, a produção caiu um monte. O que a gente tinha, conseguiu vender”, calcula Volmir Campagnollo, da Econativa.
A Cooperativa reúne a produção de 75 famílias associadas de seis municípios da Serra Gaúcha e tem como principal cliente a merenda escolar. Com a suspensão das aulas, conseguiu atender o aumento das vendas de produtos essenciais nos minimercados, lojas de produtos naturais e mesmo nos supermercados, como uma rede de supermercados, que semanalmente compra da Econativa entre 2 e 4 toneladas. Além das frutas e hortaliças in natura, os essenciais incluem grãos e farinhas.
Jonas Tondello, da Cooperativa Aecia de Agricultores Ecologistas, em Antônio Prado, observa que as pessoas estão comprando menos. “Na verdade compram apenas o essencial: um arroz, um feijão, um tomate, batata, alface. Nada de produtos extras, uma chimia , uma fruta cara, esse tipo de coisa, é só o essencial mesmo”.
Joaquim Martins, do grupo Ecotorres do José, acredita que na Feira Ecológica Lagoa do Violão, onde vende aos sábados pela manhã, as pessoas estão comprando o que as famílias estão conseguindo produzir e mesmo assim, somente o essencial. “Produtos processados estão saindo menos e a saída maior é de produtos naturais”.
Álvaro Carlos, da comunidade de Morro Azul, em Três Cachoeiras, é feirante na mesma feira que Joaquim e sente o mesmo impacto em relação às mudas, flores e plantas ornamentais produzidas pela esposa, Cleuza Evaldt: “as pessoas compram alimentos, mas as plantas estão em segundo plano.”.
Fonte: Centro Ecológico