O enfrentamento à violência contra as mulheres no Rio Grande do Sul é a prioridade da Campanha Máscara Roxa, que foi lançada nas redes sociais na última quarta-feira (10), seguindo as orientações da Organização Mundial da Saúde (OMS) para evitar aglomerações. Com a iniciativa, mulheres vítimas de violência doméstica poderão denunciar casos de agressões nas farmácias que tiverem o selo “Farmácia Amiga das Mulheres”, durante o período de isolamento social devido à pandemia do novo coronavírus.
Ao chegar na farmácia a mulher deve pedir a máscara roxa, que é a senha para que o atendente saiba que se trata de um pedido de ajuda. O profissional dirá que o produto está em falta e pegará alguns dados para avisá-la quando chegar. Após, o atendente da farmácia passará à Polícia Civil as informações coletadas, via WhatsApp, para que o órgão tome as medidas necessárias.
Os atendentes estão recebendo capacitação online para o procedimento e para garantir a segurança da vítima. A campanha inicia com a Rede de Farmácias Associadas, que possui 600 lojas instaladas em 251 municípios gaúchos, mas está aberta para novas adesões de qualquer farmácia interessada em participar.
A campanha foi produzida pela Agência Moove de Porto Alegre, a partir de uma iniciativa do Comitê Gaúcho ElesPorElas, da ONU Mulheres. Ela se concretiza a partir de um termo de cooperação assinado em conjunto com órgãos ligados aos poderes Executivo e Judiciário e entidades vinculadas à pauta das mulheres.
Dados sobre a violência doméstica
Em abril, durante o período de isolamento devido à pandemia, aumentou em 66,7% o número de casos de feminicídios no RS em relação ao mesmo mês do ano passado. Ao todo, 10 mulheres foram assassinadas este ano por questões de gênero em um mês – foram 6 em 2019, conforme dados da Secretaria de Segurança Pública do Estado.
Em maio, os assassinatos de mulheres em contexto de gênero tiveram redução de 45% — passaram de 11 casos em maio do ano passado para seis no mesmo período deste ano. No entanto, as tentativas de matar a mulher tiveram aumento de 31 para 37 – 19% a mais.
No Brasil, o número de feminicídios cresceu 22,2% nos meses de março e abril, em 12 estados, em comparação ao mesmo período de 2019, de acordo com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Ano passado, foram 117 vítimas nesses dois meses. Já este ano, 143.
Para a Chefe da Polícia Civil, delegada Nadine Anflor, “o isolamento social tem sido mais um desafio no combate à violência contra a mulher. Por isso, novas ferramentas foram lançadas pela Polícia Civil como a ampliação da Delegacia Online para registros de fatos de violência doméstica e a criação de um número de WhatsApp para denúncias – 51 984440606. O serviço digital de denúncias fará parte da campanha, engajando a sociedade no enfrentamento à violência contra as mulheres”.
Integram a campanha Ministério Público Estadual, Tribunal de Justiça do RS, Poder Executivo gaúcho por meio do Departamento de Políticas Públicas para as Mulheres, Polícia Civil e Brigada Militar, Defensoria Pública, Associação dos Procuradores do RS (Apergs), ONG Themis – Gênero, Justiça e Direitos Humanos, Comitê Latino-Americano e do Caribe para a Defesa dos Direitos da Mulher (Cladem), Agência Moove, Fundação Maurício Sirotsky Sobrinho e Rede de Farmácias Associadas.
Fonte: Ascom do Deputado Edegar Pretto (PT)