Ontem domingo, 26 de julho, a Igreja Católica celebrou a memória de Sant’ana e São Joaquim, os pais de Maria e avós de Jesus. No Brasil, a data também marca o Dia dos Avós. Por ocasião desta data, o arcebispo de Belo Horizonte e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Walmor Oliveira de Azevedo, disse que celebrar os avós de Jesus ajuda-nos a cultivar, no coração, a consolação, a ternura e a confiança em Deus.
“São Joaquim e Sant’Ana, avós de Jesus, pais da Mãe Maria, ensinam sobre a importância da família – escola do amor, da fé e da santidade. De modo especial, a Festa de São Joaquim e Sant’Ana é uma singular oportunidade para homenagearmos e abençoarmos todos os avós, com muita alegria e apreço. Copiosas bênçãos de Deus para a vida de todos os avós, a quem muito agradecemos, por tudo, principalmente pelo testemunho de fé”, disse dom Walmor.
A coordenadora nacional da Pastoral da Pessoa Idosa, irmã Lúcia Rodrigues, também conversou com o portal da CNBB sobre a situação dos idosos. “Neste tempo da pandemia não está fácil para ninguém, sobretudo para os idosos”, disse. “Nós da Pastoral da Pessoa Idosa enviamos um recado para todos os avós que continuem se cuidando, se fortalecendo na fé e aprofundando sua espiritualidade, refletindo sobre os anos vividos e sendo agradecidos a Deus, por tudo que vem realizando em suas histórias de vida”, disse.
Segundo ela, neste momento, os idosos devem procurar ser gratos às coisas boas. “É importante também que as pessoas idosas procurem estar unidas a seus familiares, rezando com eles a Deus, aproveitando para crer que tudo isto vai passar e pedindo o fim o quanto antes”, disse.
A religiosa informou que Pastoral da Pessoa Idosa está descobrindo novas formas de atuação neste tempo de pandemia, utilizando os instrumentos que estão ao alcance de cada realidade . Um exemplo que ela apresentou é o da líder Joselma Galdino e dos líderes da paróquia Santa Terezinha, em Santa Teresinha-PB, na diocese de Patos, que estão utilizando a Rádio Conexão FM para enviar mensagem e orientações aos idosos que acompanham.
“Estamos tendo um retorno bonito sobre o acompanhamento aos idosos por meio de ligações telefônicas e mensagens. As rádios estão sendo bastante abertas, em seus programas, para que os líderes falem e chamem os idosos pelo nome. Esta experiência está fortalecendo as pessoas idosas”, disse. Quanto ao cuidado, ela reforça a importância das comunidades e paróquias aderirem à Campanha “Ligue para uma Pessoa Idosa”. “Se não podemos estar presencialmente, podemos nos fazer presentes por meio de uma ligação, de uma mensagem de apoio e da escuta”, disse.
Uma experiência de cuidado com os idosos
O jovem Ângelo Manarin Júnior, de 29 anos, no auxílio às compras para idosos da paróquia Catedral, em Tubarão (SC).
Os jovens da paróquia Catedral em Tubarão (SC) estão dando uma linda lição de cuidado e carinho com os idosos em sua região. Desde quando foi decretado o primeiro “lockdown”, no dia 18 de março, a paróquia começou a articular alguns trabalhos que se fizeram necessários e organizou sua ação em três linhas: a) arrecadação de alimentos; b) Organização de compra para idosos com os jovens da paróquia e c) experiência da escuta.
O assessor do Setor de Ensino Religioso da CNBB, padre Eduardo Rocha, falou da experiência de escuta terapêutica organizada na paróquia da Catedral de Tubarão, onde é presbítero, na diocese de Tubarão, no sul do estado de Santa Catarina. Na região, é a segunda vez que estão atravessando o processo de “lockdown”, o fechamento total de atividades para garantir o distanciamento social necessário para impedir o avanço do novo coronavírus.
Na catedral de Tubarão, o padre informou que desde o dia 18 de março foram abertas três linhas fixas de telefone e um número de celular que funcionam de segunda a segunda com um grupo capacitado de padres, religiosos, psicólogos e voluntários para atender às pessoas. “Neste tempo, a procura tem sido muito grande”, disse o padre. O religioso informou que, no início, o serviço foi mais buscado pelos idosos, partilhando seus medos de serem infectados, sua impaciência de ficar confinados e de não poder ver seus parentes.
Um dos jovens que participou da experiência foi Ângelo Manarin Júnior, de 29 anos. Segundo ele, está sendo bastante gratificante ajudar os idosos. “Quando a gente dedica nosso tempo à caridade pessoal é muito mais gratificante do que só contribuir com dinheiro. É um sentimento de gratidão e uma experiência única. Em uma das visitas puxávamos um Pai Nosso e uma Ave Maria para sentirem a presença da Igreja Católica neste momento e mostrar que a gente está com os idosos em todos os momentos e para que possam contar com um servo de Deus que está ali para buscar o bem comum”, disse.
Fonte: CNBB Sul