No início da pandemia, emissoras de rádio do País inteiro viveram um fenômeno parecido: a debandada dos anunciantes. O temor geral das marcas era de que, com todo mundo em casa, ninguém mais fosse ouvir rádio – meio consumido no trânsito, principalmente em grande cidades. Mas, como nada é previsível nesses tempos, a audiência surpreendeu.
De acordo com a Kantar Ibope Media, 75% das pessoas que ouviam rádio antes da crise da Covid-19 afirmaram, no estudo Inside Radio 2020, que estão consumindo na mesma intensidade. Outros 17% responderam que passaram a ouvir muito mais.
O número de ouvintes começou a subir repentinamente já no fim de março. “Notávamos isso não só pelo índices, mas também pela participação das pessoas pelas redes e pelo WhatsApp”, afirma Emanuel Bomfim, diretor artístico da Rádio Eldorado, que pertence ao Grupo Estado. “Era gente de outros lugares que estava ouvindo pela internet. Estávamos com picos de audiência e faturamento zero”, conta o diretor executivo da 89FM, José Camargo Júnior.
“Esse período mais introspectivo fez com que os ouvintes passassem a experimentar novos formatos de rádio: 46% dos entrevistados ouviram serviços de streaming de áudio durante a pandemia e 25% aumentaram o consumo”, diz Adriana Favaro, diretora da Kantar Ibope.
Se antes da pandemia o rádio era ouvido pelo “dial”, hoje o meio digital ficou mais popular: 43% afirmaram ouvir rádio pela web (antes eram 20%). Outros 26% responderam que ouvem tanto da forma tradicional quanto digital.
Fonte: sindiradio