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Litoral Norte vira ateliê para artistas de diversas partes do Brasil

por Central de Jornalismo
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Estrada da Laguna junto ao município de Terra de Areia. Foto: Paola Fabres/Divulgação

Aprimeira edição do CASCO – Programa de Integração Arte e Comunidade levará 12 artistas brasileiros para diferentes pontos do litoral norte do Rio Grande do Sul. Viabilizado com recursos da Lei Aldir Blanc (Lei nº 14.017/2020), o projeto pretende aproximar arte de moradores de pequenas comunidades onde não há galerias nem museus. 

Na primeira semana de fevereiro, artistas, moradores, historiadores e entidades locais farão encontros online para debater sobre as características da região. Entre os dias 6 e 7 de fevereiro, os artistas participantes começam a se instalar individualmente em 12 distritos nos municípios de Itati, Maquiné, Osório, Terra de Areia e Três Forquilhas.

Durante três semanas, cada um terá a missão de produzir uma obra de arte que converse com as particularidades de cada território, envolvendo as narrativas dos habitantes ou a paisagem do entorno. Em cada distrito, um morador foi contratado para facilitar o elo entre o artista e o local. 

Ao fim de fevereiro, o projeto de residência artística resultará em 12 trabalhos que serão apresentados em um evento transmitido on-line. Cada artista escolherá o assunto e o formato da sua obra, que poderá assumir qualquer linguagem da arte contemporânea – vídeo, ação performática, produção literária, objetual, processual, instalação, entre outras. 

O processo de criação será acompanhado pela equipe de coordenação do projeto formada pelos curadores Paola Mayer Fabres, Luciano Nascimento Figueiredo e Maria Helena Bernardes e pelo historiador Maurício Manjabosco. Toda a experiência será registrada em um minidocumentário e um livro com lançamento previsto para o mês de abril e distribuição na rede de bibliotecas e escolas locais, além das principais instituições artísticas do Estado.

— Do ponto de vista artístico, o projeto CASCO propõe um acesso direto à cultura, sem a mediação de espaços expositivos ou centros culturais. O programa também valoriza parcerias com os pequenos negócios. Por alocar artistas e curadores de maneira descentralizada nos bairros dos municípios citados, buscamos estimular uma rede de economia local, já que hospedagem, alimentação e contratação de representantes comunitários gerarão renda para as próprias localidades — explica a coordenadora do CASCO, Paola Mayer Fabres.

Paola é uma curadora e crítica de arte baseada em São Paulo. É pesquisadora de doutorado da ECA-USP, coordena a residência internacional Comunitaria, na Argentina e é editora-chefe da revista Arte ConTexto. 

Os artistas do CASCO são nomes de destaque no circuito da arte contemporânea e trabalham com diferentes linguagens artísticas. Em comum, possuem carreiras marcadas por trabalhos que envolvem relações comunitárias e territoriais.

Fonte: Matinal Jornalismo