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Em Torres também é tempo de butiá

por Melissa Maciel
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Presente do furacão Catarina, o butiazal São José, a menos de 10 minutos do Centro de Torres, deve superar neste ano a safra de 2019/2020. De acordo com a produtora Marta Bergamo, a coleta começou em dezembro e no final de janeiro ela, o filho Uriel Rover e o agricultor Leonel Gauer já tinham colhido 350 quilos de fruta. Marta evita fazer projeções, mas acredita que até o final de abril será colhido bem mais que o 1.200 quilo alcançado dois anos atrás.

Manejo adequado

O aumento na produtividade já pode ser uma resposta dos 5 mil pés de Butia catarinensis do São José às podas e à adubação orgânica iniciadas em 2020. Esse manejo é permitido porque a agrofloresta é certificada junto à Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema).

As podas, segundo Leonel Gauer, têm um olhar cuidadoso para manter todas as espécies do local o que, além de favorecer a conservação da biodiversidade, contribui no enfrentamento às mudanças climáticas. “Acabamos criando um microclima específico, com sol e sombra, colaborando com a preservação da mata e consequentemente trazendo benefícios para o clima”, enfatiza o agricultor.

Marta chama a atenção para os cuidados na colheita manual, de 2 a 3 quilos por cacho, e no pós colheita. A agricultora diz que, diferente dos cachos do Butia odorata, os cachos do Butia catarinensis têm de 2 a 3 quilos e a colheita manual requer alguns cuidados, assim como a pós-colheita:

– O cacho fica no coletor, até que todas as frutas sejam debulhadas espontaneamente. Em geral as mais maduras ficam na ponta do cacho. A coleta é feita à medida em que as frutas vão caindo, ao longo do dia. No caso do butiazal São José, as frutas que caem são recolhidas duas vezes ao dia, num trabalho que leva cerca de uma hora de manhã e uma hora de tarde.

– As frutas que passam no controle de qualidade são lavadas em água, a seguir sanitizadas em outra água com produto específico ecológico. Só depois de escoar essa água da sanitização é que são congeladas. Esse processo leva cerca de três horas. As frutas descartadas, nem são pesadas, elas voltam para a área do butiazal.

– A despolpa normalmente é feita quando há ao menos 90 quilos de fruta. Cada quilo de polpa usa em média 1,8 quilo de fruta.

Extremamente perecível

Por natureza, o butiazeiro é bastante autossuficiente. No entanto, o fruto depois que debulha, não dura mais do que 12 horas. Ele dura no máximo 24 horas. Então tem que colher, processar, lavar, congelar, tudo antes que ele comece a oxidar para preservar o gosto da fruta.

Turismo Rural

No dia 7 de fevereiro de 2022, cerca de 60 pessoas de equipes diretivas de escolas públicas municipais de Torres visitaram a propriedade. A atividade fez parte de um programa municipal voltado ao turismo rural.

Com informações do Centro Ecológico