Segundo o InfoDengue Fiocruz, desde janeiro, o Brasil registrou mais de 700 mil casos de dengue, superando o total do ano passado (2021). Já no Rio Grande do Sul, conforme o painel de casos de Dengue da Secretaria Estadual de Saúde, o estado registra 453 municípios (dos 497) infestados pelo mosquito Aedes Aegypti. É observado aumento no número de infectados no estado ao longo dos últimos três anos: em 2020, foram 3.435 casos e, em 2021, 10.574 casos.
Em Torres, conforme o diretor de Vigilância em Saúde, Lasier França, até o momento são 16 casos confirmados da doença, mas nenhum ativo atualmente. O fator preocupante é a quantidade de criadouros dos mosquitos (locais com água parada), 391 focos, somente neste ano. Ainda de acordo com Lasier, ações de combate estão sendo realizadas: “estamos visitando neste momento os imóveis nos bairros Salinas e Igra Norte e vamos começar a planejar a semana municipal de combate ao Aedes, que acontece sempre em novembro”, destaca.
Os cuidados precisam ser contínuos e realizados durante o ano todo. Vale ressaltar que a dengue, segundo os órgãos de saúde, é uma doença infecciosa febril aguda, que pode se apresentar de forma benigna ou grave, dependendo de alguns fatores, entre eles: o vírus envolvido, infecção anterior pelo vírus da dengue e fatores individuais como doenças crônicas (diabetes, asma brônquica, anemia falciforme).
A comunidade deve estar atenta aos reservatórios, como caixas d’água, galões e tonéis (muito utilizados para armazenagem de água para uso doméstico), são os criadouros que mais produzem Aedes aegypti e, portanto, os mais perigosos. Isso não significa que a população possa descuidar da atenção a pequenos reservatórios, como vasos de plantas, calhas entupidas, garrafas, lixo a céu aberto, bandejas de ar-condicionado, poço de elevador, entre outros. O mosquito coloca seus ovos, preferencialmente, nas paredes de criadouros com água limpa e parada, bem próximo à superfície da água. Por tanto, destaca-se a importância de lavar, com escova ou palha de aço, as paredes dos recipientes que não podem ser eliminados, onde o ovo pode permanecer grudado.
Os sintomas da doença podem variar de pessoa para pessoa, a Fiocruz, identificou e alerta aos seguintes sinais: febre alta (39° a 40°C) e de início abrupto, usualmente seguida de dor de cabeça ou nos olhos, cansaço ou dores musculares e ósseas, falta de apetite, náuseas, tonteiras, vômitos e erupções na pele (semelhantes à rubéola). A doença tem duração de cinco a sete dias (máximo de 10), mas o período de convalescença pode ser acompanhado de grande debilidade física, e prolongar-se por várias semanas.
No que se refere à forma mais grave da enfermidade, conhecida como febre hemorrágica da dengue, os sintomas iniciais são semelhantes, porém há um agravamento do quadro no terceiro ou quarto dia de evolução, com aparecimento de manifestações hemorrágicas e colapso circulatório. Caso apresente qualquer um desses indícios o paciente deve procurar o serviço de saúde mais próximo.