Setembro é um mês que reúne muitas datas que atraem a conscientização da sociedade para questões de saúde. Além da prevenção ao suicídio, a luta das pessoas surdas e o Dia do Idoso, também se fala sobre a doação de órgãos.
Por isso, o programa Revista Maristela de hoje, quinta-feira, 29, recebeu o coordenador e médico rotineiro da UTI do Hospital Nossa Senhora dos Navegantes, João Luiz Ambros Von Holleben para trazer informações aos ouvintes.
O médico comenta que, por causa da pandemia, o número de doações e de órgãos disponíveis para transplantes caiu muito, mas que esperam voltar a ter mais opções para quem precisar entrar para a lista.
Para quem se interessar em ser um doador de órgãos, a primeira coisa a ser feita é expressar muito essa vontade. É possível colocar a informação na carteira de habilitação, como também na nova carteira de identidade. Mas é muito importante que a família saiba das intenções de doação. “Quando se constata morte encefálica de um paciente, a família que fala pelo doente e é ela que deve sinalizar a vontade do ente querido”, complementa Ambros.
O médico comenta que os candidatos “ideais” são os que tem entre 20 e 40 anos e que sofreram algum tipo de acidente ou trauma externo. Mas é claro que pacientes que queiram doar os órgãos saudáveis, mesmo tendo algum tipo de doença, podem ser possíveis doadores.
“Todo mundo atrela doação de órgãos aos transplantes mais conhecidos como coração, pulmão, rim. Mas são muitos outros que também podem salvar vidas como olhos, pâncreas, ossos, pele, intestino. Quando uma pessoa que era saudável consegue doar seus órgãos, ela pode ajudar de 9 a 15 pessoas de uma vez só”, explica Ambros.
Quando aparece um potencial candidato na UTI, é preciso manter esses órgãos sadios até que se faça a coleta e armazenamento deles. Muitas vezes não há tempo hábil para isso, mas quando não é possível salvar todos os órgãos pode não ser uma questão do hospital e sim do próprio paciente. “Nós temos aqui em Torres condições de manter o corpo do paciente de maneira adequada para que ele vire um doador de órgãos. Tudo é feito pelo SUS e o Brasil é exemplo em questão de saúde pública”, o coordenador complementa.
Por esse momento, da doação em si, depender de um fato externo e muito duro, que é a perda de uma vida de forma inesperada, se entende que muitas famílias podem não se dar conta ou nem lembrar que o paciente é doador de órgãos. Mas o médico reforça que quanto mais esse assunto for trazido entre os familiares, mais fácil será deles serem solidários e lembrarem desse importante detalhe. “A doação de órgãos é uma forma da pessoa deixar o seu legado por aqui depois que se for”, conclui Ambros.
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