Em conversa no programa Revista Maristela, o biólogo Rodrigo de Rosa, trouxe informações sobre a fauna da Lagoa do Violão e, principalmente sobre a desova das tartarugas que tem chamado a atenção da população.
A Lagoa do Violão é conhecida por ser diferenciada já que está dentro da cidade. Rodrigo conta que, antigamente, antes de existir tanta vida humana nos arreadores da Lagoa, existiam banhados que ajudavam na integração dos animais. “Porém agora, a Lagoa acaba ficando pressionada no meio dos prédios e alguns animais sofrem com essa movimentação no redor.”
Esse é o caso das três espécies que habitam a Lagoa e que tem dois períodos de desova por ano. Por mais que cada uma faça a sua em momentos diferentes, de outubro a fevereiro duas das espécies acabam realizando a procriação. Elas procuram por locais secos para realizar o despejo dos seus ovos e, como a rua e a ciclovia da Lagoa são a continuação da Lagoa, algumas adultas e também filhotes acabam sendo atropeladas no caminho.
“Fica o nosso trabalho de conscientização das pessoas para andarem mais devagar na região e ficarem atentos a movimentação das tartarugas, para evitar acidentes,” comenta o biólogo.
Como as tartarugas não tem um predador natural na Lagoa, houveram anos em que elas apresentaram super população. Porém, com as mudanças da região, De Rose comenta que uma nova contagem deve ser feita para atualizar a informação atual.
O comportamento natural dessas espécies é voltar ao local onde nasceram ou onde realizaram a última desova, por isso, algumas soluções estão sendo pensadas pelo time de Meio Ambiente da prefeitura. “No passado, existia uma ilha na Lagoa e ela ajudava nesses casos, porém com as mudanças de tipos de animais que frequentam a Lagoa, hoje essa ideia ainda está sendo repensada.”
E isso acaba virando uma grande discussão entre a Secretaria e a população, já que resolver a questão da desova é um dos problemas. Mas se todos os filhotes de fato sobreviverem e crescerem, surge o problema da superpopulação no local.
A Lagoa do Violão é moradia para três espécies de tartarugas, mais de 30 de aves, peixes, mamíferos como as lontras e inúmeros invertebrados.
As tilápias, por exemplo, são um peixe exótico e que não gosta do frio, segundo o biólogo. E por isso, no ano passado, quando a Lagoa estava com menos água, muitos peixes morreram com o frio. Mas esse ano, elas já estão adaptadas e com mais condições de vivência na Lagoa. Lembrando que é proibido praticar a pesca no local, por ordens da Guarda Ambiental.
Para as obras que frequentemente acontecem no entorno da Lagoa, todas necessitam de Licença Ambiental e são acompanhadas pela Secretaria do Meio Ambiente com biólogo responsável. De Rose comenta que, no momento em que é necessário afugentar algumas tartarugas que estão nas bordas da Lagoa, para que alguma obra seja realizada, muitas delas não se assustam e ainda procuram os humanos. Isso porque é muito comum que as pessoas alimentem os animais na região. De acordo com o profissional, não é indicado dar comida para nenhum animal já que isso pode acarretar em problemas a eles. “Por causa dos químicos dos alimentos, podem se engasgar, param de comer a comida da lagoa e podem causar superpopulação de um tipo de bichinho que antes era comido,” entre outros problemas, finaliza o biólogo.
Se qualquer pessoa tiver alguma dúvida sobre a Lagoa e outros locais de natureza da cidade, pode ligar para a Prefeitura de Torres e discar o ramal 247 para conversar com a Secretaria.