De forma mais conhecida, a população tem acesso a campanhas como a do Setembro Amarelo, Outubro Rosa e Novembro Azul. Mas existe, também, o Novembro Roxo, campanha alusiva a conscientização sobre a prematuridade de bebês.
Convidamos a médica obstetra Andrea Castro para falar sobre a saúde dos bebês prematuros. Segundo ela, a data é mundial e traz para a conversa os riscos e cuidados que famílias gestantes tem que ter para evitar o nascimento prematuro de sua criança. “Sabemos que a natureza é imprevisível e isso pode acontecer, mas com carinho e atenção durante a gestação, pode ser evitado”, diz a doutora.
Um bebê prematuro é aquela criança que nasce antes de completar as 38 semanas de gestação, ou 9 meses. Essa situação pode acontecer através de diferentes fatores, tanto maternos como da própria gestação. Mas segundo a obstetra, o acompanhamento da gravidez pelas consultas de pré-natal são essenciais para que a gestação seja o mais tranquila possível.
“Muita gente não sabe ou entende a importância de se falar sobre prematuridade, mas pense que quando um bebê nasce antes do tempo, isso pode gerar sequelas em sua formação como também carrega o sofrimento e angustia da família que gostaria de já levar o bebê para casa depois do nascimento”, explica a médica. Questões maternas como o consumo de álcool ou de cigarro durante a gravidez são alguns dos indutores de contrações antes do tempo. Infecções urinárias não tratadas, a mãe ser hipertensa ou já possuir alguma doença podem ser fatores que influenciam. Mas isso tudo pode ser controlado e visto com calma durante as consultas do pré-natal.
O sistema de saúde oferece esses atendimentos via SUS, mas a médica reconhece que, em alguns lugares, faltam médicos para os atendimentos. Já em Torres, ela conta, que estão bem organizados, o que faz com que as mães interessadas consigam acessar o serviço. O que acontece, também, é que algumas mulheres não procuram pelo atendimento por diversos motivos.
Uma campanha como a do Novembro Roxo também serve para que a conversa sobre prematuridade chegue aos profissionais médicos. Assim, será possível, no longo prazo, que médicos generalistas como os médicos de família, possam fazer esse tipo de consulta.
Existem questões da própria gestação que podem influenciar como o estresse, a má formação uterina, doença do cólon do útero, entre outros. “Quando a paciente pergunta se está tudo bem com a gravidez, eu respondo que naquele momento sim. Mas existem situações que no dia seguinte, as contrações começam sem fator de gatilho”, comenta a médica.
E quando o bebê nasce, existem exames para verificar qual a necessidade dele para se desenvolver. “Existe caso de feto pesando 500g que depois cresceu bem, mas o Brasil tem 10% dos seus bebês nascidos como prematuros, é uma quantidade muito alta,” conta a Doutora. A prematuridade pode acarretar em diferentes sequelas para o bebê, já que ele ainda não estava totalmente formado quando nasceu. Por isso, é bem importante que sejam feitos exames como do coraçãozinho e do oxigênio, já que as más formações cardíacas são as mais comuns. “Quando se identifica uma má formação, sabemos que tem outra por ali escondida, dificilmente vem uma só, o que já é um ponto de atenção para aquela gravidez,” conclui a médica.