“A expressão “Corações ardentes” é uma imagem que convida a deixar-se encantar, provocar, despertar por aquilo que de mais sublime e belo possamos encontrar: a razão de viver, o sentido da vida, o que dá serenidade e força para começar cada dia de novo com vontade e disposição para fazer a nossa parte pela construção de um mundo melhor”, afirma o bispo da Diocese de Osório, dom Jaime Pedro Kohl, em seu artigo publicado hoje.
É possível acessar a íntegra do artigo no site diocesedeosorio.org e nas redes sociais da Diocese. Além disso, acompanhar a reflexão por meio do programa “A Voz do Pastor”, na Rádio Maristela 106.1 FM, aos domingos, às 8h50min.
Abaixo, a íntegra do artigo:
Corações ardentes, pés a caminho!
Inspirada no evangelho deste terceiro domingo de Páscoa, a Igreja do Brasil na solenidade de Cristo Rei, abriu o 3º Ano Vocacional com o lema: “Corações ardentes, pés a caminho”. Esse lema que traduz uma experiência viva do encontro com o Ressuscitado pelos discípulos de Emaús, diz muito bem a mística que anima as buscas vocacionais de ontem e de hoje.
A expressão “Corações ardentes” é uma imagem que convida a deixar-se encantar, provocar, despertar por aquilo que de mais sublime e belo possamos encontrar: a razão de viver, o sentido da vida, o que dá serenidade e força para começar cada dia de novo com vontade e disposição para fazer a nossa parte pela construção de um mundo melhor. É a “Graça” que age no coração das pessoas, a força do Espírito Santo que habita e anima os batizados.
A segunda parte “Pés a caminho” indica um movimento de saída, aproximação, ir ao encontro e deixar-se encontrar. Criar relações sempre novas, desencadear processos e tomar iniciativas que com o tempo farão a diferença. Cada um, naquilo que tem de específico e com o que é, dará sua própria formatação para aquilo que vive e faz, mesmo que seja o mesmo de muitos. É a “Missão”, o compromisso de partilhar com os outros o dom recebido, anunciar a boa notícia à toda a humanidade.
Como diz o texto base: “a vocação aparece realmente como um dom de graça e de aliança, como o mais belo e precioso segredo de nossa liberdade”. E “sem consciência vocacional, a Igreja não terá o vigor missionário que ela precisa ter” (8).
“A Igreja, e consequentemente cada um de nós, participa respondendo ao dom recebido de forma gratuita e generosa. Todos são presenteados por Deus com sua vocação. Esse dom, que é recebido, necessariamente precisa ser alimentado… com a Palavra, os Sacramentos, a Oração e o Serviço ao próximo” (32).
“É partindo do infinito amor de Deus que a pessoa poderá responder ao chamado de ser ‘discípula missionária’ em meio a humanidade. Uma resposta de amor e gratidão ao Amor recebido gratuitamente de Deus, que move a entrega da vida pela salvação do próximo, pois aquele que foi ferido de amor não pode guardar para si tal graça sem a fazer resplandecer em todas as dimensões de sua vida” (43).
Assim deve ser compreendida toda vocação: como graça, benção, resposta de amor a quem nos amou primeiro. Não como um peso a suportar, mas como dom a partilhar. Corações ardentes e contagiados pelo Ressuscitado não conseguem não pôr-se a caminho para comunicar a boa nova do amor revelado em Cristo Jesus.
Para refletir: Já fiz essa experiência de sentir o coração arder ao escutar a Palavra? Como é minha resposta aos apelos de Deus que vão surgindo no meu caminhar? Estou aberto aos convites de Jesus? Consigo ir além da obrigação e agir com gratuidade? Textos bíblicos: At 2, 14-33; 1pd 1,17-21; Lc 24, 13-35; Sl 15(16).
Dom Jaime Pedro Kohl – Bispo Diocesano
Fonte: Ascom Diocese de Osório
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