A Campanha Agosto Lilás tem o propósito de sensibilizar a sociedade sobre a urgente necessidade de combater a violência doméstica e familiar, assim como contra as mulheres. A Lei Maria da Penha, que nesse ano completa 17 anos (Lei Federal nº 11.340/2006), foi concebida para salvaguardar as mulheres vítimas de diversos tipos de agressão, incluindo violência física, sexual, psicológica, moral e patrimonial.
Em uma entrevista à Rádio Maristela na terça-feira, 15 de agosto, os soldados da Patrulha Maria da Penha, Cimara Carpes Obem Grundler e Rafael Machado Medeiros, que atuam em Torres e Arroio do Sal, discutiram esse tema crucial, salientando que quase todas as mulheres já sofreram algum tipo de violência ou conhecem alguém que passou por essa experiência.
Um estudo recente conduzido pelo Instituto Patrícia Galvão em colaboração com o Ipec, e apoiado pelo Instituto Beja, revelou que quase 4 em cada 10 mulheres brasileiras (ou 36%) já foram vítimas de algum tipo de violência doméstica. Essa estatística alarmante enfatiza a urgência de ações contínuas de conscientização para combater esse problema. A pesquisa também destacou que metade da população brasileira conhece pelo menos uma mulher que foi vítima de agressão, ressaltando a amplitude do problema.
A soldado Cimara explica que em Torres existe uma rede de atendimento, conhecida como Rede Lilás, uma colaboração entre diversos órgãos, incluindo a Brigada Militar, Polícia Civil, Centro de Referência da Mulher Priscila Selau (CRM), Ministério Público, Poder Judiciário, OAB/RS Subseção Torres e Prefeitura Municipal, junto com as Secretarias Municipais da Saúde e da Assistência Social, entre outros.
Durante a entrevista, o soldado Rafael apresentou dados de atendimento da Patrulha Maria da Penha nos municípios abrangidos, Torres e Arroio do Sal, e anunciou a intenção da Brigada Militar de expandir a atuação para os municípios de Três Cachoeiras, Morrinhos do Sul, Mampituba e Dom Pedro de Alcântara, devido ao aumento das ocorrências de Violência Doméstica nessas regiões.
Em 2022, ao longo de todo o ano, foram registradas 202 novas vítimas nos dois municípios atendidos pela Patrulha. No mesmo período, foram realizadas 332 visitas de fiscalização de Medida Protetiva de Urgência. Apenas no primeiro semestre de 2023, já foram cadastradas 106 novas vítimas e realizadas 215 visitas de fiscalização.
Canais de ajuda e denúncias
Em situações de violência, é importante saber como buscar ajuda. O Ligue 180, um canal nacional de atendimento às mulheres em situação de violência, desempenha um papel fundamental nesse processo, oferecendo suporte, orientação e encaminhamento adequado para as vítimas. Além disso, o telefone da Brigada Militar, o 190, está disponível para denúncias. O número (51) 98555-2480 (WhatsApp) também funciona 24 horas para chamados de ajuda e denúncias, permitindo mensagens de texto, áudio e compartilhamento de localização.
Confira a íntegra da entrevista:
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