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Dia da Árvore: preservação de matas ciliares impacta diretamente a qualidade das águas

por Melissa Maciel
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Tudo começa pela água. Este bem natural que, além de preservar a natureza, hidrata e transporta os sais minerais para as células do corpo. Indispensável para a vida de todos os seres vivos, a qualidade e quantidade do recurso hídrico está ligada, também, às matas ciliares, localizadas nas margens dos mananciais. Por esta razão, neste Dia da Árvore – 21 de setembro –, os Comitês de Gerenciamento das Bacias Hidrográficas do Sul catarinense reforçam o apelo em prol do cuidado dessas áreas verdes, que desempenham papel fundamental para a produção de água e segurança hídrica.

Foto: Divulgação/Comitê Mampituba

Nas nascentes de rios, por exemplo, as árvores que ficam nos arredores realizam a importante função de manutenção dos ciclos da água. Como possuem raízes que ajudam a reter a água no solo, contribuem para a equilíbrio e recarga dos aquíferos. Desta forma, o rio flui, levando uma boa água para todos, com a temperatura e a concentração de oxigênio adequada. Além disso, também atuam na estabilidade da superfície das margens, diminuindo o carreamento de sedimento e, por consequência, o não assoreamento.

Diante deste cenário, os Comitês Araranguá/Mampituba, Urussanga e Tubarão/Complexo Lagunar têm desenvolvido projetos que objetivam a restauração de áreas verdes, bem como a sensibilização dos cidadãos para uma nova consciência na relação com um recurso tão vital.

Educação Ambiental no Comitê Araranguá/Mampituba

Atualmente, o Comitê de Gerenciamento da Bacia Hidrográfica do Rio Araranguá e Afluentes Catarinenses do Rio Mampituba, que abrange 22 municípios no Extremo Sul catarinense, tem levado informações para promover conscientização junto ao público deste território.

Em uma das iniciativas, envolvendo quatro municípios – Araranguá, Forquilhinha, Nova Veneza e Criciúma –, um Projeto de Educação Ambiental nas escolas leva aos alunos temas que frisam o relacionamento e o cuidado da gestão dos recursos hídricos. Segundo a técnica em Gestão Hídrica do ProFor Águas Unesc – Entidade Executiva que presta suporte técnico aos órgãos e ministra as oficinas nas salas de aula –, Sabrina Baesso Cadorin, o objetivo é capacitar mais de 200 estudantes sobre as Áreas de Preservação Permanente (APPs).

Além disso, a equipe também iniciou o diagnóstico da Bacia do Rio Sangão, com o intuito de ajudar as cidades vizinhas na revitalização desse importante manancial. O Comitê levantará informações da real situação das APPs para, futuramente, subsidiar projetos de conservação e revitalização das águas superficiais. Uma ação que não só influenciará a região de Forquilhinha, mas também outros municípios, uma vez que 83% de toda carga que o Rio Mãe Luzia – que é um dos principais contribuintes do Rio Araranguá – recebe é oriunda do Rio Sangão.

Por fim, o órgão também coloca mudas de árvore nativas à disposição de escolas e do público em geral. Tanto que, somente neste ano, prevê entregar mais de 400 mudas para as empresas da região.
“As ações que vêm sendo desenvolvidas pelo Comitê no que se referem à educação ambiental e à doação de mudas nativas são expressivas, pois vão além da escola, perpassando todos os cidadãos que se veem na missão responsável de plantar árvores para proteger e preservar os cursos d’água, estabilizar o solo, reduzir a poluição e promover conforto térmico que regulam a umidade e temperatura de todo o ecossistema”, evidencia a presidente do Comitê Araranguá/Mampituba, Eliandra Gomes Marques.

No Comitê Urussanga, projetos para reflorestamento já foram desenvolvidos

Já o Comitê de Gerenciamento Bacia Hidrográfica do Rio Urussanga abrange 10 municípios do Estado e, pensando também no cuidado com as matas ciliares, tem desenvolvido dois grandes projetos: o diagnóstico do uso e ocupação do solo na microbacia do Rio Maior e a criação da Lei Municipal de Segurança Hídrica e Gestão das Águas de Urussanga.
Com o total esclarecimento de que as árvores e as águas estão totalmente ligadas, desempenhando a manutenção dos ciclos da água, o Comitê Urussanga trabalha ativamente para promover práticas de restauração florestal na região. Desse modo, usufruindo de projetos de reflorestamento, a primeira ação visa a conservação das águas subterrâneas. Por meio de estudos, levantará dados e gráficos com informações completas para, posteriormente, disponibilizar à comunidade de Urussanga.
Na mesma perspectiva, a criação da Lei Municipal de Segurança Hídrica e Gestão das Águas de Urussanga estabelece instrumentos diretamente voltados à gestão hídrica. Após sua aprovação, o município poderá implementar vários instrumentos para contribuir com a gestão das águas, como o Pagamento por Serviço Ambiental (PSA), e regras que visam assegurar o uso dos recursos hídricos aos múltiplos usos.

Além desses projetos, entre 2020 e 2021, o Comitê recebeu mudas de espécies nativas como medida de compensação ambiental. O projeto destinou cerca de 3 mil mudas a proprietários rurais dos municípios de Urussanga e Cocal do Sul. De acordo com a presidente do órgão, Lara Possamai Wessler, a entidade não apenas atua pela proteção dos recursos hídricos, mas também desenvolve ações à preservação dos ecossistemas naturais que sustentam a vida.

“A sociedade é o Comitê e a gente precisa da participação das pessoas. E, claro, depende de cada um fazer a sua parte. Nós e as parcerias, como a com a Diretoria do Meio Ambiente de Urussanga, ajudamos com ações e conscientização. Estamos aqui para mostrar que temos capacidade de promover práticas de conservação e restauração florestal na região. Sabemos que as árvores desempenham um papel importante na purificação da água e estabilidade das margens”, explica.

Comitê Tubarão e Complexo Lagunar doa mais de 300 mil mudas de árvores em 15 anos

Desde 2008, o Comitê de Gerenciamento da Bacia Hidrográfica do Rio Tubarão, Complexo Lagunar e Bacias Contíguas faz parcerias com instituições públicas e privadas no intuito de preservar áreas que necessitam de recuperação ambiental. A partir desta demanda, criou-se em 2008, a Câmara Técnica de Recuperação e Proteção de Nascentes, que já protegeu e recuperou 62 nascentes – plantando árvores nativas e nativas frutíferas – e, ainda, efetuou a doação de mudas à sociedade. Ao todo, já foram distribuídas 300 mil mudas de árvores no decorrer do projeto, sendo três mil neste ano.

Além disso, o Comitê também vem desenvolvendo projetos e promovendo capacitações. Dentre os projetos que estão em andamento, o primeiro trata-se do diagnóstico do saneamento ambiental com ênfase no esgotamento sanitário da bacia hidrográfica do rio Tubarão e Complexo Lagunar. E, ainda, está à frente de um projeto de governança hídrica, que leva às autoridades – prefeitos e vereadores – de municípios de cada sub-bacia, dados e informações sobre a importância da implementação de ações e políticas à preservação dos recursos hídricos.

De acordo com o secretário-executivo do Comitê Tubarão e Complexo Lagunar, Patrício Fileti, todos os projetos são de grande relevância para a sociedade. “Temos uma credibilidade muito grande, pois você começa a fazer um trabalho, consequentemente a sociedade passa a confiar na instituição. Prova disso, o próprio Ministério Público Federal e Estadual já procurou o Comitê para parcerias na área de recuperação de nascentes.”, enfatiza.

Fonte: Ascom Comitê Mampituba

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