Em uma entrevista exclusiva para a Rádio Maristela, na manhã de quinta-feira, 19, com a coordenadora estadual do programa de sanidade avícola da Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (CIDASC), a médica veterinária Carolina Damo Bolsanello, foram discutidos os desafios da influenza aviária em aves e mamíferos marinhos, bem como as medidas de prevenção e notificação de casos suspeitos.
A migração de aves do sul da América do Sul para o Brasil tem se mostrado preocupante, segundo a especialista, mais no Rio Grande do Sul do que em Santa Catarina. De acordo com a Dra. Bolsanello, muitos desses animais não chegam com vida ao estado catarinense, indicando que o problema é mais acentuado no Rio Grande do Sul. Até o momento, Santa Catarina relatou apenas entre 20 e 25 encalhes, com apenas um animal sobrevivente, que foi em Garopaba. O diagnóstico confirmou a presença da influenza aviária.
Por outro lado, no Rio Grande do Sul, a situação é mais grave. Até o momento foram encontrados 362 animais marinhos mortos na faixa litorânea gaúcha. E, muitos animais estão encalhando ainda vivos, mas debilitados. A preocupação reside no fato de que o estado pode estar passando por transmissão interna da doença.
Quando questionada sobre o descarte de animais mortos, a Dra. Bolsanello explicou que o local de enterro é determinado caso a caso, preferencialmente próximo ao local de encalhe, frequentemente na faixa de areia. Sobre a origem da contaminação dos animais, a veterinária destacou que os mamíferos marinhos que chegam à costa do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina possivelmente já estejam contaminados quando chegam. Essa contaminação inicial é provavelmente resultado da grande quantidade de mortes registradas em países vizinhos, como Chile, Argentina e Uruguai.
O que é recomendado fazer ao avistar um animal marinho?
Ao avistar um animal marinho na praia, a ação mais importante a ser tomada é notificar imediatamente as autoridades ambientais ou o Serviço Veterinário Oficial. Os órgãos ambientais possuem um conhecimento especializado sobre a biologia desses animais e questões relacionadas a doenças. Em relação a animais mortos, os especialistas classificam o caso como procedente e fornecem orientações para a remoção imediata desses animais. Isso é essencial para evitar que predadores, como animais necrófagos, se alimentem dos corpos e possam espalhar doenças.
A Dra. Bolsanello também destaca a importância de evitar que animais domésticos se aproximem dos animais marinhos na praia. A influenza aviária pode contaminar uma ampla variedade de aves e mamíferos, não se restringindo apenas a animais marinhos. Portanto, é fundamental manter os animais de estimação afastados dessas situações para evitar riscos à saúde, assim como a recomendação é não se aproximar dos animais, não tocá-los e notificar as autoridades o mais rápido possível. Se o animal está na praia, é provável que tenha alguma necessidade ou problema que requer atenção especializada.
Confira a íntegra da entrevista:
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