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Desafios da Inteligência Artificial em mensagem pelo Dia Mundial das Comunicações Sociais

por Melissa Maciel
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Pelo 58º Dia Mundial das Comunicações Sociais, que será celebrado no domingo (12), o bispo da Diocese de Osório, dom Jaime Pedro Kohl, em sintonia com a mensagem do Papa Francisco, abordou os complexos desafios que a Inteligência Artificial (IA) impõe à sociedade contemporânea. Sob o tema “Inteligência Artificial e Sabedoria do Coração: para uma comunicação plenamente humana”, o bispo destacou a necessidade urgente de um olhar espiritual e uma sabedoria do coração para lidar com o avanço tecnológico.

Em sua mensagem, dom Jaime enfatizou a dualidade da rápida difusão da IA, que suscita tanto entusiasmo quanto desorientação. “Não podemos esperar essa sabedoria das máquinas”, ressaltou o bispo, alertando para a importância de orientar as tecnologias em direção a um serviço amoroso à humanidade, em vez de permitir que se tornem instrumentos de agressão ou domínio hostil.

O pontífice também foi citado, enfatizando a importância de crescer juntos em humanidade e como humanidade. Dom Jaime chamou a atenção para os riscos de transformar as pessoas em meros dados e os bens em meros lucros, negando assim a singularidade de cada indivíduo. Ele defendeu a necessidade de uma regulamentação ética rigorosa para orientar o desenvolvimento e a utilização da IA, a fim de preservar a integridade da comunicação e do jornalismo.

“Devemos questionar tanto o progresso teórico quanto a utilização prática desses novos instrumentos de comunicação e conhecimento”, enfatizou o bispo. Ele destacou que, embora a IA tenha grandes possibilidades de contribuir positivamente para a comunicação, é fundamental que não anule o papel do jornalismo nem diminua o protagonismo humano na comunicação.

A mensagem do bispo de Osório ressoa como um convite à reflexão sobre o impacto da IA em nossa sociedade e a necessidade urgente de garantir que o desenvolvimento tecnológico esteja a serviço do bem comum e da promoção da dignidade humana.

Você pode acompanhar essas reflexões sintonizando-se no programa “A Voz do Pastor”, na Rádio Maristela, aos domingos, às 8h50min da manhã.

Leia a íntegra:

Inteligência artificial e sabedoria do coração: para uma comunicação plenamente humana

No 58º Dia Mundial das Comunicações Sociais, o Papa Francisco, em sua mensagem, convida a refletir sobre os riscos e possibilidades que a ‘Inteligência Artificial’ representa para a paz no mundo e sua capacidade de modificar a informação e a comunicação, e através delas, algumas bases da convivência civil. Sua rápida difusão suscita espanto que oscila entre entusiasmo e desorientação.

Em continuidade com as mensagens precedentes, alerta: “neste tempo que corre o risco de ser rico em técnica e pobre em humanidade, a nossa reflexão só pode partir do coração humano. Somente dotando-nos de um olhar espiritual, recuperando uma sabedoria do coração é que poderemos ler e interpretar a novidade do nosso tempo e descobrir o caminho para uma comunicação plenamente humana”.

Não podemos esperar essa sabedoria das máquinas. Cada coisa nas mãos do homem torna-se oportunidade ou perigo, segundo a orientação do coração. O próprio corpo, criado para ser lugar de comunicação e comunhão, pode tornar-se instrumento de agressão. Da mesma forma, cada prolongamento técnico do homem pode ser instrumento de amoroso serviço ou de domínio hostil. Esses instrumentos da ‘inteligência artificial’ em mãos erradas, poderiam abrir cenários negativos, por isso a necessidade de propor modelos de regulamentação ética.

O Papa fala que “somos chamados a crescer juntos, em humanidade e como humanidade. Que cabe a nós questionar-nos sobre o progresso teórico e a utilização prática destes novos instrumentos de comunicação e conhecimento. Suas grandes possibilidades de bem são acompanhadas pelo risco de que tudo se transforme num cálculo abstrato que reduz as pessoas a dados, os bens em lucro… e negar a singularidade da pessoa”. Deixa claro que a “utilização da inteligência artificial poderá proporcionar uma contribuição positiva no âmbito da comunicação, se não anular o papel do jornalismo; se valorizar o profissionalismo da comunicação; se devolver a cada ser humano o papel de sujeito, com capacidade crítica, da própria comunicação”.

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