Vinte e cinco anos atrás, quando adotar medidas de preservação ambiental era visto como “coisa de ecochato”, um grupo de pessoas de Três Cachoeiras fundou, no Dia do Meio Ambiente, a Cooperativa de Consumidores de Produtos Ecológicos Coopet. O objetivo era ter acesso aos hortifrútis sem agrotóxicos que, apesar de produzidos por famílias agricultoras da região, eram comercializados somente em Porto Alegre, na hoje chamada Feira do Agricultor Ecologista (FAE).
“A busca por produtos saudáveis, orgânicos e ecológicos foi se consolidando. Cresceu. A Coopet conseguiu ser uma referência. Mesmo para um público não associado, manteve-se e cresceu a busca”, analisa o professor Gervásio Toffoli, associado desde o primeiro ano de existência da Coopet.
Na opinião do agricultor Antonio Model, de Dom Pedro de Alcântara, apesar do aumento na busca por alimentos saudáveis, as pessoas ainda desconhecem aspectos relevantes da produção. “ Não tenho muito conhecimento se os consumidores da Coopet sabem a maneira que eu trabalho no sistema agroflorestal. Mas duas coisas que as pessoas compram quando estão adquirindo alimentos na Coopet: eles compram alimentos limpos. Isso gera saúde para nós e para todos os consumidores”.
Desafios
Assim como há 25 anos, grande parte do trabalho de Márcia Mendes na Coopet é dedicado a
conseguir abastecer as prateleiras com produtos ecológicos in natura. “Mesmo sabendo que a região é uma grande produtora de produtos orgânicos”, ressalta uma das fundadoras, que recém retornou ao quadro de funcionárias da cooperativa.
Para driblar a dificuldade, a cooperativa conta com a parceria do primeiro grupo organizado de agricultura ecológica da região: a Associação dos Colonos Ecologistas da Região de Torres, Acert. “ A nossa associação Acert Raposa, está fazendo isso, trazendo os produtos de Porto Alegre, no sábado de tarde para eles poderem vender. Pra nós é uma honra ter essa cooperativa”, elogia o produtor Antonio Model.
Sobre outros desafios que se apresentam atualmente, Gervásio Toffoli, cita a desconexão entre o interesse das pessoas por alimentos ecológicos e a visão de mundo que elas demostram ter, a manutenção da estrutura administrativa e funcional da cooperativa, que por não buscar lucro, está sempre no limite, o avanço na cultura cooperativa e manter a proximidade e a relação produtor – consumidor. “Podemos e devemos nos fortalecer também na proposta alternativa de comercialização aproximando mais as pessoas”, sugere o associado.
Fonte: Ascom Centro Ecológico
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