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Projetos para novas pontes entre Imbé e Tramandaí sofrem alterações para proteger botos

por Melissa Maciel
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Após quase um ano de tramitação, os projetos para a construção de duas novas pontes ligando as cidades de Imbé e Tramandaí precisarão passar por modificações para atender às exigências da Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam). A principal alteração requerida envolve a travessia planejada pela Barra do Rio Tramandaí, uma área conhecida por sua interação ecológica entre botos e pescadores locais.

O projeto original, desenvolvido pela Garden Consultoria Projetos e Gestão, previa a construção de duas pontes de 180 metros de extensão no local onde anteriormente existia a Ponte das Sardinha, uma passarela histórica. Contudo, a Fepam solicitou a revisão do projeto, exigindo a eliminação dos pilares dentro do leito do rio, dos quais 16 estavam inicialmente previstos.

Projeto da Garden Consultoria

Além disso, a Fepam requisitou estudos adicionais para avaliar o impacto das obras no tráfego nas áreas de Barra e Centro, em Tramandaí, e ao longo da Avenida Nilza Costa Godoy, em Imbé. A agência também expressou preocupações sobre o impacto do ruído das obras sobre os botos, que desempenham um papel vital na pesca local.

O prazo para a Garden Consultoria ajustar o projeto e reapresentá-lo é até novembro. A obra tem um custo estimado de R$ 40 milhões, sendo a opção mais econômica entre as propostas analisadas. Em contraste, uma segunda alternativa, que inclui uma ponte de 1,6 quilômetro passando pela lagoa do Armazém, tem um investimento muito maior, de R$ 142 milhões. Esta opção também está sujeita a novas revisões documentais, com prazo até outubro.

Os projetos das duas pontes estão sendo desenvolvidos simultaneamente para determinar a opção mais viável. Estudos de viabilidade técnica já identificaram as áreas mais adequadas para as novas travessias. Uma audiência pública realizada em agosto de 2022 marcou o início das discussões sobre os impactos ambientais das obras.

O contrato com a Garden Consultoria, firmado por R$ 210,84 mil, tinha a conclusão prevista para setembro de 2022, mas foi adiado para 2024 devido a aditivos contratuais. Após a finalização dos ajustes e aprovação pela Fepam, será necessário contratar o projeto executivo para definir o modelo estrutural e a capacidade de carga das pontes. Só então será escolhida a empresa responsável pela construção.

Atualmente, a ponte existente, construída na década de 1950 e ampliada nos anos 1980, já não atende às necessidades atuais, especialmente durante o verão, quando o fluxo de veículos aumenta consideravelmente. A promessa do governo do Estado, feita em janeiro, era iniciar as obras em 2022 com um aporte de R$ 34,07 milhões. Contudo, as novas pontes são aguardadas pela população local há mais de duas décadas.

Pesquisadores e pescadores estão preocupados com o impacto das novas construções na tradicional pesca cooperativa entre os botos e os pescadores na Barra do Rio Tramandaí, uma prática importante para a economia e cultura local.

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