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Dom Jaime Pedro Koh reflete sobre esperança e renovação espiritual

por Melissa Maciel
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Na mais recente artigo da série A Voz do Pastor, o bispo da Diocese de Osório, dom Jaime Pedro Kohl, trouxe à tona a reflexão sobre a expressão “Porei em vós o meu espírito”, extraída do profeta Ezequiel, o livro bíblico em estudo neste ano pelo Mês da Bíblia. Em um contexto marcado pelo desânimo e pela desesperança, especialmente durante os tempos de pandemia e os desastres climáticos que afetaram tantas vidas, o bispo enfatiza a importância de reacender a fé e a vitalidade entre os fiéis.

A metáfora dos ossos ressequidos, que simboliza a condição de Israel no exílio babilônico, é usada por dom Jaime para ilustrar a necessidade de renovação espiritual. Ele destaca que, apesar das dificuldades, muitos profetas têm surgido, levando mensagens de esperança e encorajamento, e que o próprio sofrimento tem gerado lições valiosas sobre fé e amor.

Dom Jaime convida a comunidade a escutar a rica promessa do profeta, que fala sobre a purificação e a transformação interior, prometendo um novo coração e um novo espírito. Essa mensagem, que trouxe esperança ao povo de Israel, encontra seu pleno significado na experiência de Pentecostes, quando os apóstolos receberam o Espírito Santo e começaram a propagar a boa nova.

Com um apelo à espiritualidade renovada, o bispo exorta: “Põe, Senhor, em cada um de nós o Teu espírito e renova a nossa esperança.” Em tempos de desafios, sua mensagem é um convite à resiliência e à confiança em Deus, reafirmando a identidade do povo como escolhido e amado.

Confira a íntegra:

Porei em vós o meu espírito

Essa expressão aparece mais vezes no profeta Ezequiel como promessa de um tempo futuro que deverá chegar para Israel, que, no exílio na Babilônia, longe de sua terra e do seu templo, desesperançado a ponto de achar que Javé o abandonou, está como morto, sem vida. A imagem dos ossos ressequidos espalhados pelo vale (Ez 37,1ss) expressa o tamanho do desânimo que assolava o povo. É um grande desafio motivar o povo em tal prostração e reacender nele a esperança de recuperar a vitalidade que sempre o caracterizou.

O tempo de pandemia que vivemos e, mais recentemente, os desastres climáticos, nos quais muitos irmãos ficaram literalmente sem nada, tornaram difícil falar de um Deus que é Pai e cuida de seus filhos, além de continuar confiando e esperando Nele. Mas, graças a Deus, muitos foram os profetas que levaram esperança e coragem para reconstruir vidas e sonhos. E quanta lição de fé e amor veio dos próprios flagelados!

Vale a pena escutarmos a riqueza de expressões que o profeta usa para projetar um futuro para o povo e suscitar o desejo de retomada da vida e da vocação de povo eleito, deixando-se trabalhar pelo Espírito de Deus: “Borrifarei água sobre vós e ficareis puros; sim, purificar-vos-ei de todas as vossas imundícies e de todos os vossos ídolos imundos. Dar-vos-ei um coração novo, porei no vosso íntimo um espírito novo, tirarei do vosso peito o coração de pedra e vos darei um coração de carne. Porei no vosso íntimo o meu espírito e farei que andeis de acordo com os meus mandamentos. Então habitareis a terra que dei aos vossos pais: sereis o meu povo e eu serei o vosso Deus.”

Essa Palavra despertou, sim, a esperança de Israel e ajudou muito a sonhar com uma nova condição de povo livre e soberano, mas se cumpriu plenamente na feliz experiência de Pentecostes, quando os apóstolos ficaram cheios do Espírito Santo e começaram a dar testemunho do Ressuscitado. Põe, Senhor, em cada um de nós o Teu espírito e renova a nossa esperança.

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