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O Circuito de Teatro de Rua Pelo Litoral Norte terá edição gigante em 2024 com atividades gratuitas

por Melissa Maciel
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De Torres a Mostardas, os grupos se revezarão em apresentações deste importante festival, inclusivo, descentralizado e acessível a todos com apresentações gratuitas.

Estreia em grande estilo o Circuito de Teatro de Rua pelo Litoral Norte, festival que propõe uma circulação de grupos dos diversos segmentos das artes cênicas pelo Litoral Norte do RS entre outubro e dezembro. Realizado com recursos da Lei Complementar n° 195/2022, Lei Paulo Gustavo, o festival foi criado pelo produtor cultural Pascal Berten, morador de Maquiné. A partir de 10 de outubro, o festival promoverá trinta apresentações de espetáculos de teatro de rua em onze cidades entre Torres e Mostardas, tornando-se um dos grandes eventos do Litoral Norte no segmento das artes cênicas. Todas as apresentações, oficinas e atividades para crianças têm entrada franca.

Tribo de Atuadores Ói Nóis Aqui Traveiz, Oigalê e Grupo Cerco, de Porto Alegre; De Pernas pro Ar, de Canoas; Grupo Ueba, de Caxias do Sul; Grupo Ritornelo, de Passo Fundo; Cia Divina Comédia e Ekin, de Maquiné, são os convidados. Cada um passará pelas principais cidades do Litoral Norte, como Osório, Tramandaí, Capão da Canoa e Torres e também cidades menores, como Maquiné, Terra de Areia, Arroio do Sal, entre outras, abrangendo todo o nosso litoral norte. Além disso, os grupos ministrarão uma oficina ao longo do projeto, totalizando sete oficinas de teatro em escolas públicas ou espaços culturais da região, com o intuito de fomentar as artes cênicas e instrumentalizar futuros profissionais. Toda a programação terá cobertura audiovisual e o registro editado será disponibilizado no canal do YouTube do festival: https://www.youtube.com/@CircuitoTeatroDeRua

As linguagens artísticas que os espetáculos trazem para cena abrangem a diversidade típica do teatro de rua, com elementos de teatro, circo, dança, música, teatro de bonecos e cultura popular. Em apresentações para todas as idades, o Circuito de Teatro de Rua pelo Litoral Norte prevê ainda diferentes ações de inclusão social, facilitando o acesso a pessoas e grupos historicamente excluídos dos processos artísticos e da fruição de bens culturais. Além das já citadas oficinas, o festival promoverá atividades em bairros de periferia urbana, terras indígenas e comunidades tradicionais do campo. Quatro apresentações contam com audiodescrição ao vivo para pessoas com deficiência visual. Outra medida de acessibilidade são as legendas descritivas para pessoas com deficiência auditiva, disponíveis no videodocumentário. Todas estas ações são organizadas pela coordenação pedagógica que integra a equipe de produção do Circuito.

“O Litoral Norte nunca teve um circuito de teatro de rua nem conta com grandes mostras ou festivais de arte”, afirma Pascal Berten, idealizador do projeto. “A região aumenta sua população no verão em mais de 100%, tendo uma verdadeira overdose turística, inclusive com alguns megaeventos, mas não um projeto cultural de cunho popular, com acesso gratuito e irrestrito. O Circuito de Teatro de Rua se dirige as pessoas que moram e trabalham no Litoral Norte e eventuais turistas que estejam visitando a região e tem um público estimado em 10 mil pessoas”, complementa.

SINOPSES E APRESENTAÇÕES:

Puli-pulá – Grupo Cerco de Porto Alegre

10 de outubro, às 14h, em Maquiné, na Praça Atílio Mansan

11 de outubro, às 14h, em Capão da Canoa, na Casa de Cultura

Duração: 45 min

Faixa etária recomendada: livre

Puli-pulá é um espetáculo de rua para todas as idades que leva à cena uma das mais antigas tradições populares: o pular corda. De forma alegre, colorida e musicada, Puli-Pulá convida o público a mergulhar no universo lúdico da brincadeira. Através de canções, histórias e jogos, a narrativa é conduzida por atores e atrizes “brincantes” que tocam instrumentos e interpretam diversos personagens. Primeiro espetáculo infantojuvenil do Grupo Cerco de teatro, Puli-Pulá é uma celebração das lembranças, dos encontros e das ocupações criativas de praças e ruas.

Fundado em 2008, o Grupo Cerco é um dos principais grupos da cena teatral gaúcha. Em sua trajetória, conquistou importantes prêmios, além de inúmeras indicações e participações em diversos projetos e festivais. Atualmente formado por quinze profissionais, o Grupo tem à sua frente a Profa. Dra. Inês Marocco, premiada diretora e pesquisadora. O processo colaborativo e a pesquisa de linguagem são as principais marcas do grupo. Desde sua estreia, já realizou diversas temporadas e turnês nacionais e internacionais com seus espetáculos “O Sobrado” (2008), “Incidente em Antares” (2012), “Puli-Pulá” (2015).

Ubu Tropical – Tribo de Atuadores Ói Nóis Aqui Traveiz de Porto Alegre

13 de outubro, às 15h, em Osório, na Lagoa do Marcelino

01 de dezembro, às 15h, em Imbé, no Lago do Braço Morto, apresentação com audiodescrição

Duração: 60 min

Faixa etária recomendada: a partir dos 12 anos

Os bufões do Ói Nóis Aqui Traveiz contam a história do Pai Ubu, símbolo do cinismo, destruição e estupidez. A montagem de teatro de rua narra as peripécias de uma personagem grotesca e cruel que, incitado por Mãe Ubu, assassina o Rei da Polônia e coroa a si mesmo, iniciando uma longa série de atrocidades como traições, roubos, corrupção e assassinatos. Personagem ambicioso, covarde e irracional, o legendário Pai Ubu relembra, em chave humorística, o que o Brasil viveu nos últimos anos com um governante autoritário e demente.

O trabalho da Tribo de Atuadores é exemplo nacional, ao fundir arte e política mediante a investigação e produção de espetáculos de grande mérito cultural. Suas obras nunca deixaram de ser contemporâneas pelo forte enraizamento na comunidade e realidade social, levando à cena questões importantes da atualidade. A Tribo provocou e segue provocando o público a refletir sua condição individual e social, através de uma estética experimental, um modo de atuação envolvente e a colocação de perguntas urgentes da sociedade. Neste sentido, o grupo é inseparável das movimentações sociais que marcaram o Rio Grande do Sul nas últimas décadas e tem proporcionado reconhecimento nacional e internacional do Estado.

Circo Pra Toda Gente – Ekin de Maquiné

16 de outubro, às 14h30, em Capão da Canoa, na Praça da Prefeitura

17 de outubro, às 14h, em Torres, na Praça XV de Novembro

19 de outubro, às 16h, em Tramandaí, no Parque da Coruja

20 de outubro, às 15h, em Mostardas, no Parcão (Parque Menotti Garibaldi)

Duração: 40 min

Faixa etária recomendada: livre

Uma palhaça, corajosa e destemida, busca incansavelmente um espaço onde possa montar seu circo e realizar suas apresentações. Nesse jogo, o público é convidado a participar do espetáculo e entrar na brincadeira. Cenas de malabarismo, acrobacia, bambolê e mágica são realizadas com destreza e algumas trapalhadas.

Atriz, professora de teatro, palhaça e graduada no curso de Teatro – Licenciatura, pela UFRGS, Erin iniciou suas atividades artísticas em 1997 e desde então vem aprofundando seus estudos na arte da palhaçaria, atuando em hospitais, ruas, asilos e no palco. Em 2019 estreou o espetáculo presencial intitulado Estrela D’Alva – uma jornada clownesca, e em 2020, o espetáculo virtual Vai Passar, ambos com direção de Luciane Panisson. Atualmente, ministra oficinas e workshops sobre a técnica de clown e atua como Dra. Palhaça no projeto Blitz da Alegria, coordenado por Gilbert Diniz e desenvolvido em instituições de saúde e acolhimento humano de Porto Alegre.

As aventuras do Fusca à vela – Grupo UEBA Produtos Notáveis de Caxias do Sul

23 de outubro, às 14h, em Torres, na Praça XV de Novembro

24 de outubro, às 14h, em Maquiné, na Praça da Igreja

26 de outubro, às 15h, em Cidreira, na Praça da Concha Acústica

27 de outubro, às 15h, em Osório, na Praça das Carretas

Duração: 50 min

Faixa etária recomendada: 10 anos

O espetáculo de teatro de rua apresenta uma releitura do clássico Moby Dick. A encenação se passa em torno de um ferro velho, onde dois personagens se encontram em uma situação singular, confundindo realidade com fantasia. O velho Ismael conta e experimenta sua história através do seu fusca, transformando o carro em uma embarcação, conduzindo o espectador a viajar com seus delírios, para ver de perto a fúria de uma vingança. O jovem Jonas, nome inspirado no profeta Jonas que foi engolido pela baleia, entra na história ao jogar uma bola contra o fusca e assim chamar a atenção do velho Ismael. Os dois partem em uma surpreendente aventura, com tubarões, sereias, tempestades e a caça movida pelo sentimento de vingança a baleia Moby Dick.

O Grupo Ueba Produtos Notáveis surgiu da inquietação artística de seus fundadores, em 2004, quando perceberam que era possível, e talvez necessário levar teatro para ambientes não convencionais. Através de diferentes experimentações e linguagens o grupo descobriu que o melhor caminho seria apostar em um teatro autoral e marcante para diferentes públicos utilizando a comicidade como agente de reflexão. Nesta linha, seja no teatro de palco ou de rua, a Ueba segue realizando sua pesquisa artística e cultural sob coordenação de seus fundadores Jonas Piccoli e Aline Zilli. Participou de diversos Festivais Nacionais como Palco Giratório do SESC, Festival de Teatro de Rua de Porto Alegre e Festival Internacional de Londrina.

MIRA – De Pernas Pro Ar Grupo de Teatro de Canoas

30 de outubro, às 14h, em Tramandaí, no Centro Municipal de Eventos

31 de outubro, às 14h, em Maquiné, na comunidade Tekoa Ka’aguy Porã

02 de novembro, às 15h, em Osório, na Lagoa do Marcelino

03 de novembro, às 16h, em Capão da Canoa, na Praça do Raul

Duração: 45 min

Faixa etária recomendada: livre

O grupo de teatro De Pernas Pro Ar se aventurou a propor ao público um olhar agigantado sobre nossas mais puras relações infantis, e é através das brincadeiras populares que este estranho mundo se revela em “Mira, extraordinárias diferenças, sutis igualdades”. Espetáculos com bonecos gigantes são raros e este, livremente inspirados nas obras do artista plástico Espanhol Joan Miró, traz essas estranhas formas de vida com capacidade de mostrar a realidade de forma simples e simbólica. Relações lúdicas, corriqueiras sugerem o desprendimento da aparência real dos bonecos, fazendo o público mergulhar em sua própria identidade. Esta metáfora composta pela sutileza de contrastes de cada personagem, sugere as diferenças com leveza, cor, luz e poesia. Mirar estas figuras divertidas em situações tão puras e cotidianas, embaladas por uma trilha sensível e empolgante propõe uma volta à infância ou a um simples colorido para a vida.

O De Pernas Pro Ar desenvolve suas criações e ensaios na sede batizada de Inventario 38, espaço criativo, onde o realiza oficinas, ensaios e teatro de calçada para a comunidade do entorno. Possui uma estrutura familiar muito comum nas famílias circenses e de bonequeiros, onde os pais passam para outras gerações o seu amor à arte. Buscam na parceria com artistas e diretores, sonhos em comum para realizar suas propostas trabalho. Recebeu diversos prêmios, sendo referência no RS é requisitado por grandes festivais do Brasil.

Rosa-dos-Rumos – Grupo Ritornelo de Teatro de Passo Fundo

06 de novembro, às 14h, em Terra de Areia, na Praça José Ferrari

07 de novembro, às 10h, em Osório, na Escola Rural

09 de novembro, às 17h, em Capão da Canoa, na Praça do Farol

10 de novembro, às 17h, em Torres, na Praça XV de Novembro

Duração: 50 min

Faixa etária recomendada: a partir dos 10 anos

O espetáculo é uma deliciosa farsa, onde os contos “Trezentas Onças”, “O Boi Velho” e “Jogo do Osso”, de João Simões Lopes Neto, são apresentados por meio de músicas, de elementos acrobáticos e de técnicas de palhaçaria, inserindo seus personagens no universo da cultura popular gauchesca e trazendo para a cena diversos tipos e situações peculiares ao povo rio-grandense. O coletivo de artistas que compõem o Grupo Ritornelo de Teatro, dá continuidade, a partir de 2010, a um trabalho iniciado em 1998 com o extinto Grupo Viramundos, possibilitando o segmento de uma exitosa trajetória de montagens teatrais, investigação de linguagens e produções artísticas. Os espetáculos do grupo buscam ser acessíveis e instigantes para todas pessoas em obras que permitem diversas camadas de leitura e fomentam o pensamento crítico e percepção estética, bem como, afirmam o respeito a pluralidade cultural como elemento indispensável para a construção de uma sociedade mais solidária e humanizada.

Bonecos de pau – Divina Comédia Teatro de Bonecos de Maquiné

13 de novembro, às 14h, em Palmares do Sul, na Praça da Igreja

14 de novembro, às 13h30, em Capão da Canoa, na Praça do Skate

16 de novembro, às 17h, em Torres, na Praça XV de Novembro

17 de novembro, às 16h, em Tramandaí, na Praça Contemporânea

Duração: 60 min

Faixa etária recomendada: livre

A montagem do grupo Divina Comédia de Maquiné participa do Circuito e inclui o teatro do litoral no evento. O espetáculo tem cenas típicas do teatro de bonecos popular nas culturas do Brasil, Itália e Inglaterra. É composto por nove esquetes de aproximadamente quatro minutos cada, entre eles, “O vendedor de balões”, “Soltando pipas”, “Histórias na praça”, “Fogo no lixo”, “Rojão de canhão” e “Festejo popular”. São utilizados 14 bonecos com mecanismos e efeitos diversos, que se revezam em cenas do cotidiano. Comédia, aventura, romance, drama, tragicomédia e questões ecológicas estão entre os esquetes, sempre intervaladas por tambores e a participação da plateia.

O grupo Divina Comédia participa desde 1996 ativamente de festivais como Feira do Livro de

Porto Alegre, Jornada de Literatura de Passo Fundo, Porto Alegre em Cena, Festival Internacional de Teatro de Bonecos de Porto Alegre, Festival de Bonecos de Tramandaí, Festival Sesi Bonecos 2008 e 2009 Brasil excursionando pelos estados da Bahia, Pernambuco, Alagoas, Sergipe e Minas Gerais, além de importantes festivais na Hungria, na África, no México, no Chile e Argentina. Como mambembe passou pela Áustria, Argentina, Peru e Itália.

Deus e o Diabo na Terra de Miséria – Oigalê Cia de Teatro de Porto Alegre

20 de novembro, às 16h, em Osório, na Praça Albatroz/ espetáculo com audiodescrição

21 de novembro, às 14h, em Tramandaí, na Praça Central/ espetáculo com audiodescrição

23 de novembro, às 16h, em Arroio do Sal, na Praça do Mar

24 de novembro, às 16h, em Capão da Canoa, no Largo do Baronda / espetáculo com audiodescrição

Duração: 45 min

Faixa etária recomendada: a partir dos 10 anos

Esta farsa gaudéria aborda o universo de Miséria, um gaúcho dono de uma ferraria que, certo dia, recebe a visita de Nosso Senhor e São Pedro. É agraciado com três pedidos, os quais usa para enganar os diabólicos ajudantes Liliti e Sanganel e o diabo chefe Lúcifer. Mas Miséria, por ter enganado a Deus e ao Diabo, não consegue entrar no céu e nem no inferno, e acaba vagando mundo afora.

A Oigalê vem desenvolvendo sua trajetória desde 1999 no teatro. Desenvolve um trabalho de pesquisa de linguagem no teatro de rua, com adaptações de contos e lendas do sul da América do Sul, música executada ao vivo pelos próprios atores, com destaque no cuidado com os figurinos, na praticidade de seus cenários e na constante busca de um teatro para todas as idades.

OFICINAS DE TEATRO

Tribo de Atuadores Ói Nóis Aqui Traveiz

14 de outubro, às 18h, em Osório, no Centro Cultural José do Patrocínio

Ekin

18 de outubro, às 18h, em Capão da Canoa, na Casa de Cultura Erico Verissimo

Grupo UEBA – atividade exclusiva para alunos da escola

25 de outubro, às 14h, em Maquiné, na EEEB Langendonck

De Pernas Pro Ar

01 de novembro, às 17h, em Maquiné, na comunidade Tekoa Ka’aguy Porã

Grupo Ritornelo – atividade exclusiva para alunos da escola

07 de novembro, às 14h, em Osório, na Escola Rural

Cia Divina Comédia, atividade exclusiva para alunos da escola

14 de novembro, às 15h, em Capão da Canoa, na EMEF Cícero da Silva Brogni

Oigalê

22 de novembro, às 18h, em Maquiné, no Ponto de Cultura AMÓ

CIRCUITO DE TEATRO DE RUA PELO LITORAL NORTE

De 10 de outubro a 1 de dezembro de 2024

Com os grupos: Tribo de Atuadores Ói Nóis Aqui Traveiz, Oigalê e Grupo Cerco, de Porto Alegre; De Pernas pro Ar, de Canoas; Grupo Ueba, de Caxias do Sul; Grupo Ritornelo, de Passo Fundo; Divina Comédia e Ekin, de Maquiné.

Fonte: Bebê Baumgarten Comunicação

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