Em uma reflexão profunda, o bispo da Diocese de Osório, dom Jaime Pedro Kohl, destaca o chamado do Papa Francisco para que os cristãos convidem todos para o “banquete” da vida em Deus. O pontífice ressalta que a Igreja, muitas vezes, retém Jesus como uma “propriedade”, ao invés de deixá-lo sair para cumprir sua missão. O convite é claro: precisamos ir às “encruzilhadas do mundo atual” e iniciar um novo movimento missionário, em sintonia com o espírito do início do cristianismo, libertando Jesus para que Ele alcance mais irmãos e irmãs além das paredes das sacristias.
Dom Jaime também enfatiza que a missão deve ser realizada com respeito e gentileza, conforme a mensagem do Papa. Os servos do banquete, ao convidar, devem agir com urgência, mas sempre com um coração aberto. O bispo ressalta que a transmissão do Evangelho deve ser marcada pela alegria, benevolência e compaixão, refletindo o modo de ser de Deus. O convite não deve ser forçado, mas feito com proximidade e ternura, para que possamos realmente tocar o coração das pessoas.
Por fim, o bispo destaca a importância de cultivarmos delicadeza e cuidado ao convidar para o banquete divino, que simboliza a comunhão com Deus e a fraternidade entre todos. O Evangelho é um convite à alegria, partilha, justiça e união. Para sermos missionários autênticos, é fundamental que nos empenhemos em viver essas qualidades em nossas comunidades, respondendo ao apelo de Papa Francisco com um renovado compromisso missionário.
Confira a íntegra:
Convidai para o banquete
A ordem do dono da festa era: “Ide e convidai todos para o banquete!” O banquete se refere à festa do Senhor, à participação na vida de Deus, fonte de toda graça e bênção que possamos imaginar. Ao enfatizar que precisamos ir às encruzilhadas do mundo atual para convidar, o papa Francisco faz uma observação importante: “Hoje, o drama da Igreja é que Jesus continua a bater à porta, mas a partir de dentro, para que O deixemos sair! Muitas vezes, acabamos por ser uma Igreja que não deixa o Senhor sair, que O retém como ‘propriedade’, enquanto o Senhor veio para a missão e quer que sejamos missionários”.
Será que compreendemos tamanha provocação que o Papa está fazendo a todos nós, cristãos e igrejas? Um convite forte para “iniciar um novo movimento missionário, como no início do cristianismo”. Estamos dispostos a tanto? Quem sabe um novo Pentecostes para uma nova investida missionária, para libertar Jesus, que quer chegar a muito mais irmãos e irmãs, e que anda preso em nossas sacristias?
Os servos foram convidados a ir e convidar: “Vinde às bodas!”. O Papa comenta que “aqui temos um outro aspecto, não menos importante, da missão confiada por Deus. Como podemos imaginar, aqueles mensageiros transmitiram o convite do soberano com urgência, mas também com grande respeito e gentileza”.
Logo traz para o hoje: “De igual modo, a missão de levar o Evangelho a toda criatura deve ter, necessariamente, o mesmo estilo d’Aquele que se anuncia. Ao anunciar ao mundo ‘a beleza do amor salvífico de Deus manifestado em Jesus Cristo morto e ressuscitado’, os discípulos e missionários o fazem com alegria, magnanimidade e benevolência, frutos do Espírito Santo neles (cf. Gl 5,22), sem forçar, coagir ou fazer proselitismo; sempre com proximidade, compaixão e ternura, a refletir o modo de ser e agir de Deus”.
Percebemos a delicadeza, o respeito e o cuidado que precisamos ter ao convidar para o banquete do encontro com o Senhor em nossas comunidades? O Evangelho chama todos para o banquete divino, onde reinam a alegria, a partilha, a justiça e a fraternidade, em comunhão com Deus e com os outros.
Precisamos caprichar se queremos ser missionários(as) autênticos.
Dom Jaime Pedro Kohl – Bispo de Osório
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