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“Existem suspeitas de irregularidades”, afirma delegado da Polícia Federal sobre investigação na Prefeitura de Torres

por Melissa Maciel
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Na manhã desta quarta-feira (4), a Polícia Federal (PF) deflagrou a Operação Quia Prius em Torres, com o objetivo de apurar possíveis irregularidades em contratações realizadas pela Prefeitura Municipal. A ação é resultado de uma investigação iniciada a partir de indícios apontados pela adesão da prefeitura a uma ata de registro de preços de outro município, envolvendo serviços médicos.

De acordo com o delegado Eduardo Dalmolin Boles, responsável pelo caso, a operação foi realizada para coletar provas relacionadas às suspeitas de irregularidades, que incluem sobrepreço nos serviços contratados, falhas na fiscalização e problemas na prorrogação dos contratos. “A adesão à ata foi inadequada, e o contrato foi prorrogado diversas vezes de maneira irregular, o que resultou em apontamentos do Tribunal de Contas do Estado”, afirmou o delegado.

Além disso, após o término do primeiro contrato, a mesma empresa foi novamente contratada por dispensa de licitação, sob a justificativa de que o município não teria outra prestadora para assumir os serviços em tempo hábil. Empresas concorrentes teriam desistido da disputa, alegando falta de condições para executar os trabalhos.

BENS APREENDIDOS E CUMPRIMENTO DE MANDADOS

Durante a operação, foram cumpridos mandados de busca e apreensão em Torres e em outras cidades, como Arroio do Sal, Xangri-lá, Porto Alegre, São Leopoldo e Balneário Camboriú. Essas diligências não envolveram prefeituras desses municípios, mas tiveram o objetivo de coletar provas relacionadas exclusivamente ao caso de Torres. Celulares, documentos, notebooks e veículos foram apreendidos para análise. O prefeito de Torres, Carlos Souza, teve um de seus veículos recolhidos pela PF.

A operação, que marca uma fase decisiva na coleta de evidências, ainda não tem prazo definido para ser concluída. Os materiais apreendidos passarão por análise detalhada, incluindo documentos, mídias digitais e possíveis trocas de mensagens entre os investigados.

“Trabalhamos com muita responsabilidade e objetividade. A sociedade deseja respostas, mas precisamos evitar imputações prematuras. O trabalho segue com questões técnicas e respeitando o devido processo”, destacou o delegado.

ALVOS DA OPERAÇÃO

Além do prefeito Carlos Souza, a secretária de Saúde de Torres, Suzana Machado, e outros servidores municipais estão entre os alvos da investigação. No entanto, a Polícia Federal não revelou detalhes sobre a participação de outros envolvidos, mantendo o foco na apuração dos fatos.

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