A tragédia que abalou uma família e comoveu o Brasil ganha novos desdobramentos. Matheus, de apenas 10 anos, é um dos sobreviventes de um caso de intoxicação por arsênio durante uma confraternização familiar em Torres, no início da semana de Natal.
Ele segue em recuperação no hospital Nossa Senhora dos Navegantes, onde escreveu uma carta emocionante ao pároco da Paróquia São Domingos, padre Leonir Alves, e ao vigário paroquial, padre Almo Köhler.
Seis membros da mesma família consumiram o bolo durante o encontro. Três deles, incluindo Neuza Denize Silva dos Anjos (avó), Maida Berenice Flores da Silva (madrinha) e Tatiana Denize Silva dos Santos (mãe de Mhateus), faleceram após paradas cardiorrespiratórias provocadas pela intoxicação. Matheus e uma outra familiar permanecem internados, sendo que o menino já deixou a UTI e agora está em um quarto na ala pediátrica, enquanto a outra vítima, a pessoa que preparou o bolo, segue na UTI com quadro clínico estável.
O caso foi confirmado pela Polícia Civil de Torres, que identificou arsênio no sangue das vítimas e na análise do bolo. A substância venenosa levantou questões sobre como algo que simbolizava união e alegria familiar acabou gerando tanta dor. O caso segue em investigação mais aprofundada, segundo o delegado de Torres, Marcos Vinicius Muniz Veloso, dependendo da conclusão total da perícia.
A Polícia Civil segue investigando as circunstâncias que levaram à contaminação do bolo com arsênio, incluindo um possível vínculo com a morte do ex-marido da mulher que preparou o doce, ocorrida em setembro sob circunstâncias similares.
Uma mensagem de esperança
Em sua carta, Matheus pede orações à sua mãe, dinda e avó e pede orações para si e sua família. A carta foi autorizada para divulgação pelo avô do menino, João, que o acompanhou durante a visita do padre Leonir Alves ao Matheus no hospital nesta terça-feira, 31 de dezembro.
Padre Leonir, que também é diretor da Rádio Maristela e acompanhou o caso desde o início, relatou estar emocionado com o gesto de Matheus.
“Receber uma carta de uma criança que talvez ainda nem compreendeu totalmente o que aconteceu com ela e com sua família é uma demonstração de fé e esperança. Nesse início de ano, essas são as palavras que nos impulsionam: fé e esperança por dias melhores”, declarou o pároco.
A tragédia, que ocorreu em um contexto natalino de confraternização, ecoa como um alerta e um mistério ainda sem resolução definitiva. Apesar do contexto trágico, a mensagem de Matheus carrega um tom de superação e fé.
“Que essa carta seja um sinal positivo para todos nós neste Ano Novo. É uma história marcada pela dor, mas que também nos inspira a acreditar na bondade humana e em dias melhores”, conclui padre Leonir.
Enquanto as investigações continuam, a comunidade de Torres e o Brasil permanecem solidários à família, desejando recuperação para Matheus e os outros sobreviventes, além de respostas que possam trazer algum alívio para uma tragédia que chocou a todos.
>> Receba as notícias da Maristela sobre o Litoral Norte gaúcho e o Sul catarinense no seu WhatsApp! Clique aqui e fique bem informado.