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Em agroflorestas da região, projeto adaptação climática preserva abelhas nativas da mata atlântica

por Melissa Maciel
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Um sistema agroflorestal em Morrinhos do Sul e outro em Torres são, desde os dias 19 e 20 de fevereiro, mais dois refúgios para abelhas sem ferrão na região. Nesses dias, Pedro Bernhardt, do Grupo de Estudos em Abelhas do Instituto Federal Catarinense Campus Santa Rosa do Sul, orientou a instalação, revisão, manejo e divisão de enxames na agrofloresta da família Strege Evaldt e no Butiazal São José, durante uma oficina de meliponicultura.

A instalação começa pela escolha do local. No butiazal, depois de andar e considerar vários possíveis lugares, o grupo montou o palanque para três caixas de mirim e uma de mandaçaia no local aprovado por Pedro. “Aqui é um ótimo lugar porque ele tem um pouco de vento, vai ficar arejado, tem umidade no chão e está bem protegido do sol. Se chover, vai pegar chuva, se der granizo, vai pegar, mas tem essa cobertura natural das árvores que protege as caixas, a casa delas”, explicou. Ele também esclareceu que essas espécies convivem bem e por isso puderam ser colocadas lado a lado, ao contrário da abelha jataí, que não admite companhia.

Sistemas agroflorestais

Assim, começando pela localização do meliponário, por diversas vezes Pedro associou as condições oferecidas pelas agroflorestas às mais adequadas à sobrevivência das abelhas nativas. Sobre a alimentação, mencionou os enxames colocados no início de 2023 na agrofloresta família Fernandes, em Três Cachoeiras. Conforme a observação do especialista, mesmo sem terem recebido alimentação de calda rala de açúcar cristal com água, recomendada durante o inverno, as abelhas se multiplicaram e foi feita divisão de enxames no dia 29 de janeiro deste ano. Isso mostra a disponibilidade de alimento (pólen e néctar) nestes sistemas com mais biodiversidade.

Quando falou sobre ameaça à vida das abelhas, Pedro alertou que, depois da fome e de pragas como forídeo, formigas e outros insetos, o envenenamento é a segunda causa de morte das polinizadoras. O envenenamento mata em segundos. A fome em dois ou três dias. “Mas aqui vocês do núcleo agroecológico(Núcleo Litoral Solidário da Rede Ecovida de Agroecologia) é muito mais difícil (a morte por agrotóxicos), porque as mirins elas vão num raio de até 500 metros longe da caixa. Então aqui, sendo uma área mais bem preservada, é mais difícil de se ter estes problemas”.

Projeto

No Centro Ecológico, o incentivo à preservação das abelhas sem ferrão em sistemas agroflorestais tem apoio do Fundo de Adaptação e Inovação Climática (AFCIA, na sigla em inglês).

Fonte: Centro Ecológico / Miriam Sperb

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