Professores da rede estadual e aposentados do funcionalismo público de Torres fretaram um ônibus para participar do ato unificado dos servidores estaduais que acontece nesta sexta-feira (16), em Porto Alegre. A mobilização, organizada pela Frente dos Servidores Públicos do RS (FSP/RS) e apoiada por outras 23 entidades, reunirá profissionais de diversas categorias para reivindicar a revisão geral dos salários e aposentadorias. Servidores públicos de outras cidades da região também confirmaram presença no protesto.

A concentração do ato está marcada para as 9h em frente à sede do IPE Saúde, na Avenida Borges de Medeiros, com caminhada até o Palácio Piratini. A principal reivindicação dos servidores é a reposição salarial de 12,14%, percentual que, segundo o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), pode ser concedido sem ultrapassar o limite de gastos com pessoal previsto na Lei de Responsabilidade Fiscal.
Além do reajuste, os manifestantes exigem melhorias nos serviços prestados pelo IPE Saúde, que atende cerca de 1 milhão de pessoas no estado e vem sofrendo com o descredenciamento de profissionais, fechamento de emergências e ameaças de interrupção de atendimento por hospitais como Ernesto Dornelles e Santa Casa. A precarização dos serviços é apontada pelos organizadores como um reflexo direto da política de congelamento salarial imposta pelo governo Eduardo Leite.
DEFASAGEM
De acordo com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC/IBGE), as perdas salariais dos servidores desde 2014 ultrapassam 70%. Já entre os aposentados, a defasagem chega a 80%, agravada pelas recentes mudanças na Previdência que reduziram os vencimentos. Enquanto isso, no mesmo período, a cesta básica no estado teve aumento de 120% e os medicamentos, de 94%.
A última reposição geral de salários, de 6%, ocorreu em 2022, e foi considerada insuficiente pela maioria das categorias. Em fevereiro deste ano, a Assembleia Legislativa aprovou um reajuste de 6,27% para os professores estaduais, mas cerca de 25% dos aposentados não estão aptos a receber o aumento integral, devido à “parcela de irredutibilidade” criada na reforma do plano de carreira em 2020.
>> Receba as notícias da Maristela sobre o Litoral Norte gaúcho e o Sul catarinense no seu WhatsApp! Clique aqui e fique bem informado.

