Iniciativa multidisciplinar promovida pela Lei Paulo Gustavo une arte, educação e ancestralidade com encerramento marcado para 26 de junho.
Com o propósito de cultivar o conhecimento, valorizar a cultura popular e proteger a biodiversidade, o Projeto Semear – arte multidisciplinar, desenvolvido na Escola Municipal de Ensino Fundamental Demétrio Alves Fogaça, em Mampituba, chega ao encerramento da etapa de oficinas no próximo dia 26 de junho, às 15h. Aberto à comunidade, o evento final celebra os frutos colhidos ao longo de três meses de atividades que entrelaçaram arte, educação e saberes tradicionais sobre as sementes crioulas. O projeto terá novas etapas, totalizando 10 meses de execução.
Idealizado pela atriz, bonequeira e produtora cultural Elaine Regina, o projeto foi viabilizado com recursos da Lei Paulo Gustavo, por meio do edital Cultura e Educação da Secretaria de Estado da Cultura do Rio Grande do Sul.
De acordo com Elaine, desde 2022 ela vem trocando ideias com as guardiãs Maria Aparecida da Silva e Lorena Martins de Jesus, além das professoras Gedalva Alves e Delvana Selau Pignatel, com o intuito de oferecer atividades na região. Para ela, o projeto é a realização de um sonho.
“Tenho um carinho muito especial por Mampituba, porque meu pai e minha mãe nasceram aqui. Tenho familiares no município e já realizamos atividades em nosso sítio, unindo arte e permacultura. Com o Projeto Semear, foi possível conhecer outras pessoas com o mesmo interesse em integrar as áreas artísticas e o meio ambiente”, afirma Elaine.
A proposta uniu oficinas teóricas e práticas, com destaque para o diálogo entre linguagens artísticas como teatro, música, poesia, artes visuais, palhaçaria, dois encontros virtuais com relatos de artistas sobre suas trajetórias e a oficina de “acessibilidade atitudinal e comunicacional”, com exibição do documentário Vozes do Tempo, acessível em audiodescrição e LIBRAS, e o saber ancestral guardado por duas guardiãs de sementes da região, Maria Aparecida e Lorena, de Mampituba, e a cacica kaingang convidada, Gãh Té Iracema, de Porto Alegre.



Início do Projeto
Logo na abertura, realizada em 27 de março de 2025, o público participou de uma roda de conversa e plantio simbólico de sementes crioulas, resgatando o valor dessas espécies preservadas por gerações e essenciais para a soberania alimentar e identidade cultural das comunidades rurais e indígenas. Ao longo do projeto, as 15 participantes, entre estudantes, professoras e integrantes da comunidade, vivenciaram 11 atividades artísticas e pedagógicas, tornando-se multiplicadoras da valorização das sementes crioulas e das práticas culturais que as mantêm vivas.

Um dos momentos marcantes do projeto até aqui foi a visita ao Quilombo São Roque, no dia 08 de maio, na comunidade Pedra Branca, em Praia Grande/SC, que ampliou os horizontes dos participantes sobre os modos de vida e resistência das comunidades quilombolas. Com isso, o Semear reforça seu caráter interdisciplinar e comunitário, unindo arte, cultura e memória.
Experiências que germinam transformação
Além das oficinas presenciais já realizadas, o projeto prevê outras ações de contrapartida nos próximos meses. Estão programadas danças circulares em três instituições da região e a instalação de placas em Braile nas escolas participantes, promovendo a inclusão e o sentimento de pertencimento.
Encerramento de etapa celebra guardiãs e resultados
A culminância do projeto acontece no dia 26 de junho, na própria escola onde tudo começou. O encerramento terá entrega de certificados, homenagens às guardiãs de sementes e uma exposição com os resultados das oficinas com as produções pedagógicas e artísticas criadas pelas participantes.
Ao todo, o projeto envolveu diretamente 26 profissionais entre oficineiros, técnicos e equipe de apoio, reafirmando a potência da cultura como agente de transformação social. Com foco na sustentabilidade, acessibilidade e inclusão, o Semear deixa como legado não só novas aprendizagens, mas também o germinar de consciência coletiva sobre a importância de proteger nossas raízes.
Equipe do projeto:
Leandro Nunes, Dinorah Araújo, Tamires de Moraes, Patrícia Berg, Lu Kronbauer, Mayssa Nunes, Titi Lopes, Taís Abel, Felipe Pereira, Max Nobre guerreiro e Pedro Lombrado, Maria Zanetti da Silva (Café com Mistura), Luiz e Fernanda Ramos (Produção de orgânicos).
Palestrantes e oficineiras/os:
Guardiãs Maria Aparecida da Silva e Lorena Martins de Jesus, cacica Gãh Té Iracema, quilombola Maria Rita dos Santos, Jorge Herrmann, Ekim, Quélen Terra, Karine Rodrigues, Carmosina Cruz, Karen Aguiar, Paulo Conte.

Fotos: Taís Abel
Para mais informações: (51) 99968-0605 (WhatsApp)
Instagram: @semear_artemultidisciplinar
Realização: Ativa – arte educação
Financiamento: Lei Complementar nº 195/22, Lei Paulo Gustavo (LPG), Ministério da Cultura, Governo Federal. Projeto aprovado no edital LPG nº 10/2023 – Cultura e Educação, da Secretaria de Estado da Cultura – SEDAC Pró-Cultura/RS.
Apoio: Morada Sustentável, Varanda Cultural, Casinha Kaponto e da Secretaria Municipal de Educação e Cultura de Mampituba/RS.
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