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Advogado da empresa Sobrevoar relata desdobramentos do acidente com balão em entrevista à Rádio Maristela

por Melissa Maciel
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Clóvis Raupp Scheffer destaca experiência do piloto, estado emocional da equipe e legalidade das operações: “Tudo em dia, tudo dentro da lei”.

Em entrevista à Rádio Maristela, na manhã desta segunda-feira (23), o advogado Clóvis Raupp Scheffer, representante da empresa Sobrevoar e do piloto Elves de Bem Crescêncio, falou sobre o trágico acidente com balão ocorrido no último sábado (21) no município de Praia Grande/SC, que resultou na morte de oito pessoas, 13 sobreviventes e mobilizou os serviços de emergência, a comunidade e as autoridades.

Segundo Clóvis, o piloto Elves, que também é um dos proprietários da empresa, está profundamente abalado com o ocorrido. “Ele está vivendo os piores dias da vida dele. Está sob acompanhamento psicológico e ainda sem condições emocionais para falar sobre o acidente”, relatou. O advogado destacou que voar de balão era a vocação do piloto, que abandonou outra carreira para se dedicar exclusivamente ao balonismo.

O advogado enfatizou que a experiência do piloto foi determinante para evitar uma tragédia ainda maior. Com mais de 700 horas de voo, Elves conseguiu baixar o balão após perceber as chamas, permitindo que 13 pessoas conseguissem sair antes que o balão subisse novamente e a fatalidade ocorresse. “Atribuo única e exclusivamente à experiência do Elvis a salvação dessas vidas”, declarou o advogado.

De acordo com o relato, Elves percebeu o foco de fogo cerca de dois a três minutos após a decolagem. Sem conseguir identificar a origem das chamas, tentou apagá-las e, diante da impossibilidade, iniciou imediatamente a manobra de descida do balão. “Ele ficou pendurado na borda do cesto, a cerca de 300, 400 metros de altura, para acionar a corda e liberar o flap de descida”, descreveu o advogado. Ao tocar o solo, o cesto virou e várias pessoas conseguiram pular, mas com a perda de peso, o balão rapidamente voltou ao ar, com oito ocupantes ainda a bordo, que não conseguiram escapar.

O advogado frisou que ainda não se sabe o que causou o incêndio e que a perícia do Instituto-Geral de Perícias (IGP) está sendo realizada. “Precisamos da perícia para saber o que houve. Nem o próprio piloto conseguiu identificar o motivo do fogo”, afirmou.

LEGALIDADE E SEGURANÇA

Sobre a legalidade da operação, Clóvis foi enfático: “Toda a documentação da empresa está em dia. O balão era novo, com menos de seis meses de uso. A documentação do Elves, da empresa e o checklist da aeronave já foram entregues ao delegado responsável e ao SENIPA (Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos), que também investiga o caso”.

Ele também comparou a situação à de um acidente recente ocorrido em São Paulo, que envolveu uma empresa irregular. “A reportagem do Fantástico destacou isso: aqui, tudo estava legalizado. A diferença precisa ser destacada”, defendeu.

A empresa Sobrevoar, segundo o advogado, é uma das mais tradicionais da região, contando com outros três balões e anos de atuação. Neste momento, porém, todas as atividades estão suspensas, como medida de respeito às vítimas. “A empresa está fechada por tempo indeterminado. Ninguém está pensando em retomar as atividades agora”, disse.

O advogado informou ainda que, desde sábado, a empresa tenta contato com as famílias das vítimas fatais e com os sobreviventes, oferecendo apoio e solidariedade. “Estamos em contato com a grande maioria. É um momento muito difícil para todos, ninguém quer que isso aconteça, ainda mais dentro do seu ambiente de trabalho”, afirmou.

Por fim, o advogado agradeceu à Rádio Maristela pela oportunidade de esclarecer os fatos e pediu orações para as famílias enlutadas. “Pedimos que Deus dê conforto aos pais, mães e entes queridos das pessoas que perderam a vida. Que tenham força para enfrentar esse momento”, finalizou.

O acidente com o balão levanta reflexões sobre a segurança em atividades turísticas de aventura, mesmo quando realizadas dentro da legalidade e com profissionais experientes. As investigações seguem em curso.

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