Após a destruição parcial do espaço conhecido como “Caminho da Santinha”, na Praia da Cal, em Torres, a Administração Municipal informou que os objetos religiosos retirados do local já estão disponíveis para devolução. Entre os itens recolhidos estão imagens de santos, placas de agradecimento por graças alcançadas e outros elementos de devoção popular, deixados ali por fiéis ao longo dos anos.
A ação foi conduzida por uma equipe da Secretaria Municipal de Obras e Serviços Públicos, sob a coordenação do secretário Dilson Boaventura. Os materiais foram levados para a sede da secretaria, onde permanecem guardados em segurança. Moradores e devotos que reconhecerem algum item podem comparecer ao local para retirá-lo.
O espaço, de forte valor simbólico e espiritual para a comunidade, sofreu danos significativos. Inicialmente atribuída à forte ressaca que atingiu a região nos últimos dias, a hipótese de destruição natural vem perdendo força. Não está descartada a hipótese de vandalismo.
A Mãe Cristina de Oyá do Ilê de Oyá Funiqué, que também acompanha o caso, afirma em Nota: “Como casa de fé, nos solidarizamos com todos que têm naquele lugar um espaço de devoção e respeito. Atos assim não são só destruição de imagens e placas, são ataques à fé e à cultura do povo. Precisamos de mais respeito entre religiões e mais cuidado com o que é sagrado pra cada um. Que esse caso sirva de alerta. Que a justiça seja feita e que a gente aprenda, de uma vez por todas, a respeitar o que é do outro.”.
O pároco da Paróquia São Domingos, Pe. Leonir Alves, lamenta profundamente o episódio e manifestou solidariedade aos fiéis. Segundo o pároco, o Caminho da Santinha era um espaço de expressão da fé de pessoas de diversas religiões, católicos e praticantes de religiões de matriz africana. O padre classificou o ocorrido como uma demonstração de intolerância religiosa, caso confirmada a motivação humana.
A Prefeitura de Torres também se manifestou por meio de sua assessoria de comunicação, repudiando qualquer ato de desrespeito à fé e ao patrimônio cultural da cidade. O governo municipal reforçou o compromisso com o acolhimento e o respeito à diversidade religiosa.
O delegado da Polícia Civil de Torres, Marcos Vinicius Muniz Veloso, informou que, até o momento, não foi possível identificar os responsáveis pela destruição parcial do Caminho da Santinha. Segundo ele, imagens de câmeras de monitoramento estão sendo analisadas e, diante da gravidade do fato, foi determinado o registro de ocorrência e instaurado um inquérito policial para apurar o caso.
ORIENTAÇÕES
A orientação para quem deseja reaver imagens ou placas é procurar a sede da Secretaria de Obras, localizada na Rua Universitária, próximo ao Parque de Balonismo Odilo Webber Rodrigues, durante o horário comercial.






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