
O aleitamento materno é um dos pilares da maternidade, mas também um dos momentos que mais desafiam novas mães, exigindo paciência, informação e apoio. O mês de agosto, conhecido como Agosto Dourado, é dedicado à conscientização sobre a importância da amamentação, tanto para o bebê quanto para a mãe.
Em entrevista à Rádio Maristela, na última quarta-feira (13), a ginecologista e obstetra Dra. Andréia Castro abordou os benefícios da amamentação, os obstáculos que muitas mães enfrentam nos primeiros dias, como a descida do leite, o colostro pouco volumoso e a adaptação do bebê, e a importância de buscar orientação profissional e apoio especializado.
BENEFÍCIOS PARA MÃE E BEBÊ
“Amamentar traz inúmeros benefícios para a mãe, incluindo a redução do risco de câncer de mama e a diminuição de sangramentos no pós-parto”, afirma Dra. Andréia.
Para o bebê, o leite materno é essencial não apenas para a nutrição, mas também para fornecer imunidade natural durante os primeiros meses de vida.
A especialista ressalta que qualquer estímulo inicial é importante. “Mesmo que a mãe consiga amamentar apenas nos primeiros dias, isso já contribui para o vínculo materno e para o desenvolvimento das glândulas mamárias.”
Segundo Dra. Andréia, muitas mães enfrentam dificuldades devido à falta de informação ou apoio. “Principalmente na primeira gestação, a inexperiência e os pré-conceitos antigos dificultam a amamentação. A mãe precisa de paciência e suporte para atravessar essa fase inicial”, explica.
Nos primeiros dias, o bebê recebe colostro, um leite mais aguado, porém rico em imunidade, que pode durar até 14 dias antes da chegada do leite de transição. Muitas mães se assustam com o aspecto e a quantidade, mas a médica reforça: “Mesmo 7 ml nos primeiros dias é suficiente para encher a barriguinha do bebê.”
ORIENTAÇÃO E ACOMPANHAMENTO

Dra. Andréia destaca a importância do acompanhamento profissional. “Hoje existem especialistas em amamentação: enfermeiras, fisioterapeutas e obstetras. Eles podem orientar desde o pré-natal até os primeiros meses do bebê, garantindo que a mãe saiba a posição correta para a pega, estímulo do leite e cuidados com o bebê.”
O acompanhamento pediátrico é fundamental. Visitas uma semana e um mês após o nascimento ajudam a monitorar peso, crescimento e a necessidade de complementação com fórmula, se necessário.
A orientação médica é de amamentação exclusiva por seis meses, podendo ser mantida até dois anos, de acordo com a disponibilidade da mãe e necessidades da criança. “Mesmo após os seis meses, o leite materno continua sendo importante para imunidade, hidratação e suporte nutricional do bebê”, explica Dra. Andréia.
CUIDADOS PRÁTICOS E MITOS
Quanto aos mitos populares, como o uso do chá de funcho para aumentar a produção de leite, a especialista esclarece. “Isso é fake. O que realmente ajuda é hidratação, muita água, descanso e estímulo frequente do bebê ao seio.”
Medicações podem ser prescritas em casos específicos para aumentar a produção de prolactina, mas o fundamental é atenção ao bem-estar da mãe: descanso, ingestão de água e apoio familiar.
“Amamentar é importante tanto para o bebê quanto para a mãe. Mesmo que não seja possível completar todo o ciclo, o importante é buscar informação, apoio e paciência.
O Agosto Dourado serve para reforçar essa conscientização e valorizar um ato que fortalece vínculos e promove saúde”, conclui Dra. Andréia. A entrevista está disponível na íntegra no canal da Rádio Maristela no Youtube.
CONFIRA A ÌNTEGRA DA ENTREVISTA:
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