Uma jovem de 23 anos foi encontrada morta no final da manhã desta sexta-feira (19), em sua residência no Centro de Torres, onde morava com os pais. Equipes da Brigada Militar, Polícia Civil e Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) atendem a ocorrência, que segue em investigação.
A suspeita inicial é de suicídio. Em respeito à família, a identidade da vítima não será divulgada.
Suicídios em Torres
O caso chama atenção para um problema crescente no município. Dados do BI Estadual indicam que, em 2025, Torres alcançou a maior taxa de suicídios por 100 mil habitantes do Rio Grande do Sul, superando Porto Alegre e todas as Coordenadorias Regionais de Saúde. Até setembro deste ano, já foram registradas, com o caso de hoje, 10 mortes por suicídio, sendo oito de residentes locais e duas de pessoas não residentes. Entre 2022 e 2024, foram contabilizadas 36 mortes, 33 de moradores de Torres, taxa média de 23,11 por 100 mil habitantes, bem acima da média estadual (14,5) e da capital (8,5).
Além do suicídio, o município também figura entre os primeiros no ranking de violência autoprovocada, ficando em segundo lugar em 2025, atrás apenas da 13ª Coordenadoria Regional de Saúde (Região de Santa Cruz do Sul). Esses dados reforçam a urgência de ampliar ações de prevenção e de fortalecimento da rede de apoio, especialmente neste mês de setembro, marcado pela campanha nacional Setembro Amarelo.
Rede de Atenção e Apoio
Torres conta com uma Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) que inclui diversos serviços gratuitos. O CAPS Renascer, um dos principais pilares, atende atualmente cerca de 900 pacientes ativos com apoio de equipe multidisciplinar (psiquiatras, psicólogos, assistente social, enfermeiros e terapeutas ocupacionais). Além de consultas, o centro oferece oficinas terapêuticas e grupos de conversa para fortalecer vínculos sociais.
O CAPS Renascer funciona na Avenida do Riacho, 980, sala 1, bairro Igra. O telefone de contato é (51) 99924-5733.
Para acolhimento imediato, a população pode procurar as unidades básicas de saúde (ESFs), o Pronto Atendimento 24 horas, os CRAS ou o atendimento psicológico oferecido por estagiários supervisionados na ULBRA Torres.
Outra alternativa é o Centro de Valorização da Vida (CVV) pelo número 188. A ligação é gratuita e realizada por voluntários 24 horas por dia.
Profissionais de saúde alertam para a importância de reconhecer sinais de risco, como falas recorrentes sobre morte, isolamento social, automutilação ou tentativas anteriores. O suicídio é um fenômeno complexo, influenciado por fatores psicológicos, sociais e biológicos, e a prevenção depende de informação, acolhimento e tratamento adequado.
A Campanha Setembro Amarelo disponibiliza subsídios sobre valorização da vida e prevenção do suicídio, que podem ser acessados abaixo:
- Cartilha Prevenção ao Suicídio – Como Ajudar?
- Doenças Mentais e Suicídio
- Como falar sobre saúde mental com crianças e adolescentes
- Suicídio: Informando para prevenir
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