A sexta-feira (24) foi de muita emoção e boas ondas na Praia dos Molhes, em Torres, durante o segundo dia da CBSurf Taça Brasil. O público que lotou a orla acompanhou um verdadeiro espetáculo de surf, com nomes consagrados, jovens promessas e atletas locais mostrando talento e garra nas ondas desafiadoras da “mais bela praia gaúcha”.
Logo cedo, quem abriu o dia em grande estilo foi Adriano de Souza, o Mineirinho, campeão mundial da WSL em 2015. Mostrando toda sua experiência, o catarinense dominou a 11ª bateria da fase 1 masculina e garantiu a classificação com folga. “Tá um pouco de vento, mais do que o normal, mas as ondas estão num tamanho bom, dá pra ter bons desempenhos. Moro em Criciúma, pertinho daqui, então tô dormindo em casa, isso é ótimo. Quero fazer o máximo de baterias possível, tô bem fisicamente e pronto pra seguir”, contou Mineirinho à Rádio Maristela.

Encerrada a primeira fase dos homens, foi a vez da categoria feminina estrear, e o show continuou. A jovem gaúcha Alexia Monteiro, de 18 anos, uma das grandes promessas do surf nacional, confirmou o favoritismo e avançou de fase com tranquilidade, mesmo enfrentando o vento forte. “Tava bem difícil se posicionar por causa do vento, mas achei duas ondas boas e garanti a classificação. É uma felicidade enorme competir aqui no meu estado. Quero só dar o meu melhor e representar o Rio Grande do Sul da melhor forma”, contou Alexia, emocionada.
Na sequência, Tainá Hinckel, atleta olímpica e uma das principais surfistas do país, também garantiu vaga na próxima fase, mostrando técnica e consistência mesmo com as condições desafiadoras.
A melhor nota da competição até o momento segue sendo do catarinense Heitor Müller, que levantou o público no primeiro dia com uma virada espetacular na 6ª bateria, somando 12,33 pontos, a maior média da etapa até agora.
Tarde de fortes emoções e virada local
À tarde, o clima ficou ainda mais intenso com a disputa da fase 2 masculina. Três surfistas de Torres caíram na água, levando a torcida ao delírio: Ricardo Kjellin, Bruno Carneiro e Gustavo Borges. Ricardo e Bruno acabaram eliminados, mas Gustavo fez bonito, e de virada.

Em uma das baterias mais equilibradas do dia, o torresense garantiu a classificação na última onda, conquistando a segunda posição atrás de Heitor Müller. A performance foi vibrante e teve um toque estratégico que chamou atenção: Gustavo competiu usando uma bota em apenas um dos pés, detalhe que, segundo ele, fez toda a diferença.
“Este é um evento de altíssimo nível, reunindo os melhores surfistas do Brasil. As condições do mar estavam bem desafiadoras, com muita correnteza e vento. Mesmo conhecendo muito bem as ondas de Torres, foi difícil. Consegui virar na última onda, faltando uns três minutos pro fim, e essa pontuação me garantiu a vaga”, contou o atleta à Rádio Maristela.

O mar em “tom de chocolate”, causado pelo forte vento nordeste e pela correnteza, deixou o surf ainda mais técnico e escorregadio, e foi aí que a experiência local de Gustavo fez a diferença. “A água estava bem escorregadia, então optei por usar uma bota no pé da frente. Conversei antes com o Ricardo Kjellin, também de Torres, e decidimos usar. Na minha última onda, se eu não tivesse com a bota, provavelmente não teria completado a manobra. Acredito que ela foi crucial pra minha classificação”, explicou.
A virada do torresense levantou a torcida, que vibrou forte quando ele saiu da espuma com a manobra completa. “Quando finalizei a onda e consegui sair limpo, percebi que tinha feito uma boa nota. Até ali eu não tinha conseguido pontuar alto, então essa última foi a que me salvou”, comemorou.
Neste segundo dia, foram realizadas 10 baterias da fase 2 masculina e seis baterias da fase 1 feminino. O terceiro dia de competição, no sábado (25), vai iniciar com seis baterias da fase 2 masculina, da 11 à 16 e dois torrense vão pra água. Na bateria de nº 11, a primeira do dia, Tiago Braga vai em busca da classificação e fechando a fase 2, na bateria 16, Luy Gonzales vai pro mar buscando avançar de fase.
Fotos: @davicastrophotos
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