
Neste domingo (02), quando a Igreja Católica celebra o Dia de Finados, a coincidência com o oitavo dia da semana, símbolo da vida nova e da ressurreição, inspira uma profunda reflexão sobre o sentido da existência humana.
Em mensagem à Diocese de Osório, dom Jaime Pedro Kohl destacou que “somos um grande presente de amor do Pai”, lembrando que a filiação divina recebida no Batismo permanece para sempre. O bispo reforçou ainda a importância da oração pelos falecidos, gesto que expressa comunhão e esperança na vida eterna.
Leia a íntegra:
Somos um grande presente
Neste final de semana, o domingo coincide com a comemoração de Finados. À primeira vista, pode parecer destoar do clima de esperança e ressurreição que o oitavo dia nos sugere. Mas, para nós, cristãos que esperamos na vida eterna e acreditamos que a vida não é tirada, mas apenas continua em outra forma, glorificada junto de Deus ou condenada longe d’Ele, isso não nos tira o brilho do olhar.
Finados nos faz pensar no destino que nos espera. Não gostamos de falar sobre o fim da nossa vida, mas não temos como fugir dele. Sabemos que não ficaremos neste mundo para sempre. É bom não sabermos nem o dia nem a hora da nossa partida, pois assim vivemos de esperança em esperança.
Todos sonhamos com um fim feliz, um fim que não é um fim, mas o início de uma nova vida, que não se separa da atual: a vida eterna. Assim como Deus, nós também desejamos que todos cheguem ao conhecimento da verdade e se salvem; contudo, sabemos que isso depende das opções de cada um, pois Deus respeita profundamente a liberdade humana, dando-lhe a possibilidade de acolher ou rejeitar a salvação oferecida gratuitamente pelo Pai, em Cristo.
Vejamos a bonita e consoladora mensagem de São João:
“Vede que grande presente de amor o Pai nos deu: de sermos chamados filhos de Deus! E nós o somos! Desde já somos filhos de Deus, mas nem sequer se manifestou o que seremos! Sabemos que, quando Jesus se manifestar, seremos semelhantes a Ele, porque o veremos tal como Ele é” (1Jo 3,1-2).
Humanamente falando, sabemos que somos pó e voltaremos a ser pó, independentemente da forma de sepultamento. No entanto, nossa identidade, a filiação divina recebida por pura graça, permanecerá para sempre na glória dos santos.
Para alguns, “Finados” lembra morte; para outros, vida. Nós, cristãos, costumamos rezar pedindo a Deus que conceda o descanso eterno aos nossos parentes e amigos falecidos. Isso significa que acreditamos que eles estão vivos e podem ser beneficiados por nossa solidariedade. Nós também podemos ser beneficiados por sua intercessão, quando alcançarem a glória de Deus.
Iluminados pela Palavra, podemos afirmar, com serenidade, que o ser humano não morre; que a verdadeira vida dura para sempre; que a morte física não é o fim, mas passagem para outro modo de vida; e que a vida não é tirada, mas transformada.
Nossos defuntos esperam por nossas orações, meio precioso para apressar a visão beatífica na glória dos santos. Lembro que ainda estamos em tempo de lucrar as indulgências, que podem ser aplicadas a algum ente querido.
+ Dom Jaime Pedro Kohl, Bispo Diocesano
Fonte: Ascom da Diocese de Osório / Melissa Maciel
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