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Pobres devem estar no centro da missão da Igreja, destaca Dom Jaime ao comentar mensagem do Papa Leão XIV

por Melissa Maciel
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O bispo de Osório, Dom Jaime Pedro Kohl, divulgou a terceira parte da mensagem do Papa Leão XIV para o Dia Mundial dos Pobres, reforçando que os pobres não são um “passatempo” para a Igreja, mas parte essencial de sua missão. Segundo o pontífice, é por meio dos rostos, histórias e sabedoria das pessoas em situação de vulnerabilidade que a verdade do Evangelho se torna palpável. O Papa também recorda que a atenção aos pobres não se limita a ações assistenciais, mas deve estar no centro da celebração e do anúncio cristão. Ele alerta ainda para o risco de indiferença diante das novas ondas de empobrecimento, lembrando que qualquer cidadão pode enfrentar perdas como moradia, alimentação, saúde ou liberdade.

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A mensagem destaca que ajudar os pobres é, antes de tudo, uma questão de justiça, defendendo a igual acessibilidade aos bens da terra e aos frutos do trabalho humano. Citando Santo Agostinho, o Papa afirma que o ideal seria que ninguém passasse necessidade, eliminando a dependência da caridade. Para o pontífice, o Ano Jubilar deve impulsionar políticas e iniciativas eficazes de combate à pobreza, promovendo trabalho, educação, saúde e habitação como bases de uma verdadeira segurança social. Dom Jaime conclui apoiando o empenho de homens e mulheres que atuam diariamente pela dignidade dos mais vulneráveis.

Leia o artigo completo:

Os pobres não são um passatempo

Ouçamos a terceira parte da mensagem do Papa Leão XIV:
Os pobres não são um passatempo para a Igreja, mas sim os irmãos e irmãs mais amados, porque cada um deles, com a sua existência e também com as palavras e a sabedoria que trazem consigo, leva-nos a tocar com as mãos a verdade do Evangelho.

Por isso, o Dia Mundial dos Pobres pretende recordar às nossas comunidades que os pobres estão no centro de toda a ação pastoral. Não só na sua dimensão caritativa, mas igualmente naquilo que a Igreja celebra e anuncia. Através das suas vozes, das suas histórias, dos seus rostos, Deus assumiu a sua pobreza para nos tornar ricos. Todas as formas de pobreza, sem excluir nenhuma, são um apelo a viver concretamente o Evangelho e a oferecer sinais eficazes de esperança.

Este é o convite que emerge da celebração do Jubileu. Não é por acaso que o Dia Mundial dos Pobres seja celebrado no final deste ano de graça. Quando a Porta Santa for fechada, deveremos conservar e transmitir os dons divinos que foram derramados nas nossas mãos ao longo de um ano inteiro de oração, conversão e testemunho.

Os pobres não são objetos da nossa pastoral, mas sujeitos criativos que nos estimulam a encontrar sempre novas formas de viver o Evangelho hoje. Diante da sucessão de novas ondas de empobrecimento, corre-se o risco de nos habituarmos e nos resignarmos.

Todos os dias encontramos pessoas pobres ou empobrecidas e, às vezes, pode acontecer que sejamos nós mesmos a possuir menos, a perder aquilo que antes nos parecia seguro: uma casa, comida suficiente para o dia, acesso a cuidados de saúde, um bom nível de educação e informação, liberdade religiosa e de expressão.

Promovendo o bem comum, a nossa responsabilidade social tem o seu fundamento no gesto criador de Deus, que dá a todos os bens da terra: assim como estes, também os frutos do trabalho humano devem ser igualmente acessíveis. Com efeito, ajudar os pobres é uma questão de justiça, muito antes de ser uma questão de caridade.

Como observa Santo Agostinho: “Damos pão a quem tem fome, mas seria muito melhor que ninguém passasse fome e não precisássemos ser generosos para com ninguém. Damos roupas a quem está nu, mas Deus queira que todos estejam vestidos e que ninguém passe necessidades.”

Desejo, portanto, que este Ano Jubilar possa incentivar o desenvolvimento de políticas de combate às antigas e novas formas de pobreza, bem como novas iniciativas de apoio e ajuda aos mais pobres entre os pobres. Trabalho, educação, habitação e saúde são condições para uma segurança que jamais será alcançada com armas. Congratulo-me com as iniciativas já existentes e com o empenho que se manifesta diariamente a nível internacional por um grande número de homens e mulheres de boa vontade.

+ Dom Jaime Pedro Kohl – Bispo de Osório

Fonte: Ascom Diocese de Osório / Melissa Maciel