Uma operação do Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS) chamou a atenção do Litoral Norte nesta terça-feira (16), ao cumprir mandados de busca, apreensão e sequestro de bens em Capão da Canoa. A ação investiga um casal de influenciadores digitais suspeito de promover jogos de azar ilegais na internet e de lavar mais de R$ 7 milhões obtidos com a prática conhecida como “Jogo do Tigrinho”.
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A ofensiva ocorreu simultaneamente em Capão da Canoa e Dois Irmãos e é coordenada pela 8ª Promotoria Especializada Criminal de Porto Alegre, com apoio do GAECO. Segundo o Ministério Público, os investigados utilizavam redes sociais de grande alcance para divulgar plataformas ilegais de apostas, prometendo ganhos fáceis e exibindo uma rotina de luxo para atrair apostadores.
A influenciadora envolvida no caso soma mais de meio milhão de seguidores e, conforme a investigação, chegava a usar a imagem da própria filha para dar credibilidade às publicações. As postagens mostravam viagens, veículos de alto padrão e supostos prêmios obtidos com os jogos, estratégia que teria levado milhares de pessoas, muitas em situação financeira vulnerável, a apostar.
De acordo com o MPRS, os valores obtidos eram ocultados por meio de empresas de fachada e instituições de pagamento. Entre os bens que podem ser apreendidos estão veículos de luxo, além de imóveis, joias, bolsas de grife, relógios, eletrônicos e obras de arte. Para o Ministério Público, essa fase representa a consolidação da lavagem de dinheiro, quando recursos ilícitos passam a integrar o patrimônio com aparência legal.
Os investigados respondem pelos crimes de exploração de jogos de azar e lavagem de dinheiro. O promotor responsável pelo caso destacou que, nesse tipo de jogo, as regras e probabilidades são controladas pelos operadores, sem transparência ou garantia ao apostador, reforçando o caráter fraudulento da prática e o prejuízo direto à população, especialmente a de menor renda.
Fotos: Divulgação MPRS

