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Dom Jaime Pedro Kohl reflete sobre os sinais de Deus na história da salvação

por Melissa Maciel
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Em artigo com o tema “Os sinais de Deus”, o bispo da Diocese de Osório, dom Jaime Pedro Kohl, convida os fiéis a retomarem a sensibilidade espiritual para reconhecer a ação divina na história, à luz das Sagradas Escrituras. Partindo da experiência dos profetas e santos, o bispo destaca que, em contraste com um mundo marcado pelo racionalismo e pela autossuficiência, Deus continua a se manifestar por meio de sinais concretos, muitas vezes ignorados ou rejeitados.

Ao recordar a atitude do rei Acaz e a profecia de Isaías, dom Jaime ressalta que o verdadeiro sinal oferecido por Deus é o Emanuel, plenamente realizado na encarnação de Jesus Cristo. Ao aprofundar os relatos bíblicos da anunciação a Maria e do sonho de José, o artigo evidencia a cooperação humana no projeto salvífico de Deus. Maria, ao acolher o anúncio com confiança, e José, ao assumir sua missão mesmo diante da incompreensão, tornam-se exemplos de fé aberta aos sinais divinos.

Para dom Jaime, o Espírito Santo continua a agir na história com a mesma delicadeza, convidando cada pessoa a abrir o coração e acolher o Senhor que vem na ternura de uma criança. O bispo conclui exortando os fiéis a viverem o Natal como peregrinos de esperança, especialmente neste Ano Jubilar, reconhecendo e abraçando os sinais de Deus presentes no cotidiano.

Leia a íntegra:

Os sinais de Deus

Os profetas e os santos, ao longo da história, prestavam muita atenção aos sinais e se deixavam guiar por eles. Nosso mundo racionalista e marcado pela ciência não se mostra sensível aos sinais e resiste até aos mais evidentes, como, por exemplo, as mudanças climáticas, o aquecimento global, os incidentes humanos… Especialmente os que se acham donos do mundo: os Acaz da vida.

Ao convite: “Pede ao Senhor teu Deus que te faça ver um sinal, quer provenha das profundezas da terra, quer venha das alturas do céu”, Acaz responde com uma falsa piedade: “Não pedirei e nem tentarei o Senhor”. Mas o profeta não deixa por isso: “O próprio Senhor vos dará um sinal. Eis que uma virgem conceberá e dará à luz um filho, e lhe porá o nome de Emanuel”. Mateus não tem dificuldade de ver essa profecia plenamente realizada na gravidez de Maria e na crise de José diante do fato.

Maria mesma, diante do convite do Anjo, perguntou: “Como acontecerá, se eu não conheço homem algum?”. Além de dizer a ela que a sombra do Altíssimo a cobriria, dá um sinal: “Izabel, tua parente, que era considerada estéril, concebeu um filho na velhice e já está no sexto mês”. Ao que Maria acolhe e responde: “Eis aqui a serva do Senhor: faça-se em mim segundo a tua Palavra”.

Diante do sinal de Maria grávida, sua prometida esposa em casamento, José está se debatendo e não conseguindo entender. Deus se encarrega de ir ao encontro dele em sonho, para esclarecer e encorajá-lo a assumir com ela a iniciativa divina em favor de toda a humanidade: “José, não tenha medo de receber Maria como tua esposa, porque ela concebeu pela ação do Espírito Santo. Ela dará à luz um filho, e tu lhe darás o nome de Jesus, pois ele vai salvar o seu povo dos seus pecados”.

Que bonito ver esses três agentes da vida: o Espírito que gera, Maria que dá à luz e José que dá o nome. O concebido Jesus é o Messias, o Filho de Deus, o Emanuel, o Deus sempre conosco, o Salvador da humanidade. Deus Pai é quem opera a salvação, mas ela se concretiza com a cooperação humana. Essa forma de manifestação da vontade divina e a realização da salvação continuam, mesmo que nem sempre consigamos vê-la.

O Senhor continua vindo até nós na ternura de uma criança. Nossa missão é abrir o coração para acolhê-lo e abraçar a proposta de vida que nos oferece. Isso nos faz peregrinos de esperança. Acolhamos, alegres, o Natal de Jesus, neste ano jubilar da encarnação.

Dom Jaime Pedro Kohl – Bispo de Osório

Fonte: Ascom Diocese de Osório / Melissa Maciel