
Durante entrevista concedida nesta segunda-feira (22) à Rádio Maristela, o médico dermatologista Dr. Fernando Cafrune, da Clínica Unique 9, destacou que os cuidados com o sol devem ocorrer ao longo de todo o ano, com atenção redobrada no verão, período em que a exposição solar aumenta de forma significativa.
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A entrevista integrou as ações do Dezembro Laranja, campanha nacional de conscientização sobre a prevenção do câncer de pele. Segundo o especialista, ainda é comum a crença equivocada de que a pele “se acostuma” ao sol após os primeiros dias de exposição, o que pode levar a queimaduras graves logo no início do verão. “Esse é um mito. É justamente nesse momento que ocorrem os maiores danos à pele, muitas vezes comprometendo as férias e trazendo consequências futuras”, alertou.
Dr. Cafrune reforçou que os horários entre 10h e 14h, podendo se estender até 15h, concentram os maiores índices de radiação ultravioleta, especialmente do tipo UVB, responsável pelas queimaduras solares. A recomendação é priorizar a exposição ao sol no início da manhã ou no final da tarde, quando os riscos são menores.
PROTETOR SOLAR
O uso correto do protetor solar também foi enfatizado. Conforme o dermatologista, filtros com fator de proteção solar (FPS) acima de 30 já oferecem uma proteção adequada, desde que aplicados em quantidade suficiente e reaplicados ao longo do dia. “Na prática, muitas pessoas espalham demais o produto, o que reduz significativamente a proteção. Um FPS 30 pode acabar funcionando como um FPS 10”, explicou. Atividades como banho de mar, piscina e prática de esportes ao ar livre também diminuem a eficácia do produto, exigindo reaplicações frequentes.
O médico destacou ainda a importância dos filtros físicos ou minerais, que apresentam maior resistência e durabilidade, sendo uma alternativa para quem tem dificuldade em manter a reaplicação regular.
CÂNCER DE PELE
Outro ponto abordado foi a identificação de sinais de alerta para o câncer de pele. Lesões que não cicatrizam, feridas persistentes, manchas avermelhadas ou lesões que se assemelham a espinhas e não desaparecem devem motivar a busca imediata por um dermatologista. “Quanto mais cedo o diagnóstico, mais simples e eficaz é o tratamento”, ressaltou.
Dr. Cafrune lembrou que a exposição solar é cumulativa ao longo da vida, e os danos podem se manifestar décadas depois, especialmente em pessoas que tiveram intensa exposição ao sol na infância ou em atividades profissionais, como a agricultura. O câncer de pele é o tipo mais comum no Brasil, mas, na maioria dos casos, apresenta altas taxas de cura quando identificado precocemente. O melanoma, embora mais agressivo, é menos frequente.
No dia a dia do consultório, o dermatologista aponta que cerca de 50% a 60% dos casos acometem o rosto, especialmente nariz, orelhas, pálpebras e lábios. Outras áreas comuns são costas, dorso e coxas, variando conforme o sexo e os hábitos de exposição.

