Com a intensificação da Operação Verão no Litoral Norte gaúcho, o Corpo de Bombeiros Militar do Rio Grande do Sul (CBMRS) reforça orientações fundamentais para um banho de mar seguro. Em entrevista nesta terça-feira (23), à Rádio Maristela, o comandante do 1º Pelotão de Guarda-Vidas, que abrange Torres e Arroio do Sal, capitão Willen Eccard Salgado da Silva, e o comandante do Pelotão de Guarda-Vidas de Torres, tenente Marcio Patrício Pereira, detalharam os principais cuidados que devem ser adotados por moradores e veranistas.
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O capitão Silva destacou que a atuação dos guarda-vidas vai além do salvamento, tendo como foco principal a prevenção ao afogamento. Segundo ele, é diretriz da Operação Verão que os profissionais mantenham contato próximo com os banhistas, orientando presencialmente sobre os riscos do mar. “O guarda-vidas precisa sair da guarita, conversar, alertar e criar uma relação de confiança com a população”, enfatizou.
Entre os principais instrumentos de prevenção está o sistema de bandeiras. A bandeira verde indica mar calmo; a amarela, necessidade de atenção; e a vermelha, alto risco. A ausência de bandeira sinaliza que a guarita não está ativa. Outro alerta importante é a bandeira preta, colocada diretamente na areia para indicar locais com corrente de retorno, conhecida popularmente como repuxo, considerada um dos maiores riscos nas praias de Torres, município que registra a maior incidência desse fenômeno no litoral gaúcho.
ATITUDE QUE SALVA VIDA
O tenente Marcio Patrício, com 22 anos de experiência como guarda-vidas, reforçou que a primeira atitude do banhista ao chegar à praia deve ser escolher um local com guarita ativa e observar atentamente as bandeiras. Ele explicou que a área considerada mais segura para banho fica até 150 metros à direita e à esquerda da guarita. “Cada segundo importa em um salvamento aquático. Quanto mais próximo do guarda-vidas, mais rápida será a resposta”, alertou.
Outro ponto destacado foi a profundidade segura para o banho. A recomendação é não ultrapassar a altura dos joelhos ou, no máximo, da cintura. Em águas mais profundas, a força das correntes de retorno pode impedir que a pessoa consiga sair caminhando, aumentando significativamente o risco de afogamento, especialmente para quem não sabe nadar.
EM CASO DE EMERGÊNCIA
Em caso de emergência, a orientação é clara: não tentar realizar o resgate sem preparo técnico ou equipamento adequado. A recomendação é acionar imediatamente os guarda-vidas, evitando que o socorrista leigo se torne mais uma vítima.
Os comandantes também chamaram atenção para perigos adicionais comuns no verão, como buracos no fundo do mar, consumo de bebida alcoólica antes do banho e presença de lixo, especialmente garrafas de vidro, na areia. “Bebida alcoólica e mar não combinam. O álcool reduz a percepção de risco e aumenta a chance de acidentes”, reforçou o capitão Silva.
OPERAÇÃO VERÃO
A entrevista também destacou novidades da Operação Verão, como a bandeira azul, que indica criança encontrada após desaparecimento, facilitando a comunicação entre guaritas, e o uso das guaritas como pontos de acolhimento para mulheres em situação de assédio ou violência, com acionamento imediato da Brigada Militar. Além disso, segue em funcionamento o banho assistido, que permite que pessoas com deficiência utilizem cadeiras anfíbias para acessar o mar em praias habilitadas.
Ao final, o capitão Silva reforçou a principal mensagem da corporação: “Se nós podemos vê-los, nós podemos protegê-los”. A orientação é clara e objetiva: banhistas devem sempre permanecer próximos a guaritas ativas, onde a prevenção e o socorro são mais eficazes.

