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Fogos de artifício causam sofrimento a animais e pessoas sensíveis; ATPA alerta para cuidados no fim de ano em Torres

por Melissa Maciel
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Com a proximidade do Natal e, sobretudo, do Réveillon, a Associação Torrense de Proteção aos Animais (ATPA) faz o alerta sobre os impactos negativos do uso de fogos de artifício com estampido. Em entrevista concedida nesta quarta-feira (24) à Rádio Maristela, a presidente da entidade, Maria do Carmo Raya Fontan, afirmou que o período é marcado, todos os anos, por aumento no número de animais perdidos, acidentes e situações de sofrimento que atingem não apenas pets, mas também pessoas com maior sensibilidade auditiva.

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Segundo Maria do Carmo, o barulho intenso e repentino dos fogos provoca pânico nos animais, que não conseguem compreender o que está acontecendo. Após a virada do ano, a ATPA recebe inúmeros pedidos de ajuda de tutores que perderam seus animais ou os encontraram feridos. Ela ressalta que o problema também afeta pessoas com transtorno do espectro autista, Alzheimer, cardiopatias e outras condições de saúde, podendo desencadear crises graves e até acidentes fatais. “São poucos minutos de barulho, mas com consequências sérias”, destacou.

COMO MINIMIZAR OS RISCOS

Durante a entrevista, a presidente da ATPA apresentou orientações práticas para reduzir os riscos. Entre elas estão manter os animais dentro de casa, em ambientes fechados e seguros; nunca deixá-los amarrados em correntes; utilizar sons ambientes, como música ou ar-condicionado, para amenizar o impacto do barulho externo; além de manter coleiras com identificação e fotos atualizadas dos pets, facilitando a localização em caso de fuga. Para os gatos, o cuidado deve ser redobrado, evitando acesso a telhados, sacadas e áreas externas, já que a soltura de fogos ocorre também ao longo do dia 31.

Maria do Carmo também fez um apelo para que a comunidade acolha, de forma provisória, animais encontrados desorientados nas ruas durante esse período, até que seus tutores sejam localizados. “Pequenas atitudes podem evitar sofrimento irreversível”, enfatizou.

A entrevista também abordou o cenário da proteção animal em Torres. A presidente da ATPA ressaltou que o abandono e a presença de animais em via pública seguem como um desafio, defendendo políticas públicas permanentes baseadas em conscientização, esterilização contínua e adoção responsável. Ela informou que, por decisão judicial, o município deverá contar com um bloco cirúrgico no Centro de Bem-Estar Animal, o que permitirá a realização regular de castrações, reduzindo a dependência de mutirões esporádicos.

O QUE DIZ A LEI DO RS SOBRE FOGOS DE ARTIFÍCIOS

No Rio Grande do Sul, a Lei Estadual nº 15.366/2019 proíbe a queima e a soltura de fogos de artifício e artefatos pirotécnicos que produzam efeito sonoro superior a 100 decibéis, medidos a uma distância de 100 metros. A norma tem como objetivo proteger a saúde e o bem-estar de pessoas e animais, reduzindo a poluição sonora, e permite apenas os chamados fogos de vista, com efeito predominantemente visual.

O descumprimento pode resultar em multa, calculada em Unidades de Padrão Fiscal, com possibilidade de agravamento em caso de reincidência. A fiscalização é de responsabilidade do poder público, com atuação de órgãos como a Polícia Civil e áreas ambientais, embora entidades de proteção animal apontem dificuldades na medição do ruído e no controle do uso e da comercialização desses artefatos.

ADOÇÃO

Ao final da entrevista, Maria do Carmo reforçou o convite para a adoção responsável. A ATPA realiza feiras de adoção todos os sábados, das 13h às 18h, em frente à Casa do Agricultor, no Centro, há cerca de 15 anos, exceto em dias de chuva intensa. “Quem quiser adotar ou buscar orientação pode nos procurar. Cuidar da vida é uma responsabilidade coletiva”, concluiu.

Confira a entrevista na íntegra: