A Associação de Moradores da Praia da Cal aguarda uma audiência com o prefeito de Torres, Delci Dimer, para discutir a instalação de uma casa de passagem para população de rua no bairro. A comunidade expressa grande preocupação com a localização da casa e a forma como a decisão foi tomada, e ameaça realizar manifestações, incluindo a possibilidade de bloquear o trânsito da cidade, caso não sejam recebidos pelo chefe do executivo.
A principal queixa dos moradores, representada pelo presidente da associação dos moradores do bairro São Francisco, que representou a Praia da Cal em audiência pública que tratou do tema, Ernani da Rosa Carmona, não é contra o acolhimento de pessoas em situação de rua, mas sim contra a escolha do imóvel na Rua Porto Alegre.
Segundo Carmona, em entrevista para a Rádio Maristela 106.1FM, na quinta-feira (09), a comunidade foi deixada de fora do processo decisório e a localização não é apropriada. Ele ressalta que a preocupação não é com os indivíduos que serão abrigados, mas com a infraestrutura do bairro e a maneira como a prefeitura conduziu a questão.
PREOCUPAÇÕES
Um dos pontos mais críticos levantados pela associação é a segurança do local. O sargento Jefferson França, coordenador jurídico e assessor parlamentar da Associação dos Bombeiros Militares do Rio Grande do Sul, afirma que a casa não possui as condições necessárias de segurança contra incêndio e que o imóvel é incompatível para abrigar o número de pessoas previsto, que seria em torno de 15. Ele traça um paralelo com a tragédia ocorrida em uma pousada em Porto Alegre em 2024, que vitimou 10 pessoas, e questiona a falta de um plano de prevenção e de um alvará para o funcionamento da casa de passagem em Torres. A associação chegou a apresentar uma notícia de fato ao Ministério Público questionando a segurança do imóvel.
Os moradores relatam já sentir os impactos da instalação da casa, com alguns residentes se sentindo coagidos e com medo devido à circulação de pessoas desconhecidas na área.
A associação reitera que busca o diálogo com o poder público para encontrar uma solução conjunta para o problema. No entanto, se a audiência com o prefeito não se concretizar, os moradores estão dispostos a intensificar os protestos, com presença na Câmara de Vereadores e, em último caso, o fechamento do trânsito como forma de chamar a atenção para suas reivindicações.
Confira a entrevista na íntegra:
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