Neste início de ano, o bispo da Diocese de Osório, dom Jaime Pedro Kohl, compartilhou reflexões sobre a mensagem do Papa Francisco para o 58º Dia Mundial da Paz, celebrada com o tema “Perdoa-nos as nossas ofensas, concede-nos a tua paz”, no último dia 1º de janeiro, Solenidade de Santa Maria Mãe de Deus.
Dom Jaime destacou que o Papa Francisco continua a surpreender com palavras que transcendem barreiras religiosas, direcionando-se a toda a humanidade. A mensagem desafia líderes e cidadãos a reverem suas atitudes em prol da paz e da sobrevivência do planeta, com ênfase na justiça social e ambiental.
Para dom Jaime, o convite do Papa reflete a urgência de um mundo mais justo e fraterno, lembrando que a paz verdadeira começa no coração humano.
Confira a íntegra do artigo:
“Perdoa-nos as nossas ofensas, concede-nos a tua paz“
O Papa Francisco continua a nos surpreender com suas mensagens que não se limitam aos católicos, mas alcançam todos os homens e mulheres de boa vontade. Nesta 58ª mensagem para o Dia Mundial da Paz e da Fraternidade Universal, ele é enfático ao desafiar a humanidade a repensar suas atitudes em relação às condições de sobrevivência do planeta. Trata-se de um convite a todos os que têm poder de decisão para reverem suas posições e ouvirem os clamores que pedem socorro.
O tema é muito sugestivo: “Perdoa-nos as nossas ofensas, concede-nos a tua paz“. Fica claro que a paz depende da superação de situações concretas, como o endividamento de nações e povos condenados à pobreza e à dependência econômico-financeira insustentável. Sem disposição para enfrentar essas questões com misericórdia, não se alcançará a paz.
O Papa começa saudando: “A todos vós, esperança e paz, porque este é um Ano de Graça, que vem do Coração do Redentor”. Segundo ele, o Jubileu é um acontecimento que enche o coração de esperança. E de esperança todos nós precisamos para continuar vivos e na luta por um mundo mais humano e feliz. Inspirando-se em Lv 25, ele explica que a esperança se torna concreta quando se restabelecem a justiça e a libertação do povo, quando as correntes da injustiça são quebradas e a justiça de Deus se manifesta.
Impressiona sua ousadia ao propor o perdão da dívida externa, total ou parcial, dos países endividados, em troca da compensação pela dívida ecológica. Ele lembra que os países ricos são os maiores poluidores do planeta.
O Papa insiste que a esperança nasce da experiência da misericórdia de Deus, que é sempre ilimitada em generosidade, superabundante e sem cálculos. A misericórdia divina tem um único objetivo: levantar os caídos, curar os corações feridos e libertar as pessoas de todas as formas de escravidão.
Ele propõe três ações concretas:
– O perdão das dívidas internacionais por meio de um acordo financeiro global.
– A promoção do respeito pela vida humana, desde o nascimento até a morte natural, incluindo a eliminação da pena de morte.
– A criação de um fundo global alimentado por um percentual fixo dos investimentos bélicos, com o objetivo de eliminar a fome no mundo e fomentar atividades educativas.
O Papa conclui afirmando que a verdadeira paz só pode vir de um coração desarmado. Desarmar o coração é um gesto que compromete a todos. Às vezes, basta um gesto simples: um sorriso, um olhar fraterno, uma escuta sincera. Podemos dizer que a paz do mundo começa no coração humano.
Dom Jaime Pedro Kohl – Bispo de Osório
Fonte: Ascom da Diocese de Osório
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