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Chocolatão ou Caribe: por que o mar do litoral gaúcho muda tão rápido

por Central de Jornalismo
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Omar Freitas / Agencia RBS


O temperamental mar gaúcho voltou a surpreender os veranistas, nos últimos dias, com uma mudança brusca: revoltas ondas cor de chocolate deram lugar a plácidas ondulações esmeralda.
A explicação para reviravoltas como essa está na geologia marinha do Estado, em que as praias de mar aberto ficam expostas a variações de ventos e ondulações capazes de encantar ou decepcionar os veranistas em intervalos de poucas horas.
Um dos segredos por trás das mudanças repentinas de personalidade do mar gaudério é um fenômeno natural que provoca a chegada de ondulações de grande energia, do sul e do Sudeste, em uma média aproximada de quatro vezes por mês.
— Essas ondulações, que têm mais energia no inverno e menos no verão, remexem o fundo do mar, aumentam a quantidade de nutrientes que estimulam a proliferação de algas e de areia em suspensão, deixando o mar mais escuro — explica o pesquisador e professor de geologia marinha do Centro de Estudo e Geologia Costeira (Ceco) da UFRGS, Elirio Toldo.
No intervalo dessas ondulações, que se formam na costa do Uruguai e do norte da Argentina e podem durar pouco mais ou pouco menos de uma semana, o litoral gaúcho se acalma e aumentam as chances de a água clarear – para a alegria de veranistas como a funcionária pública Aline Ramires, 39 anos, de Porto Alegre.
— Quando o mar está ruim, até evito que os meus filhos entrem na água. Mas, de um dia para o outro, ele pode ficar bem claro, como quinta-feira — diz a mãe de Dante, seis anos, e Miguel, dois, em Capão da Canoa.
O vento é outro fator a ser levado em consideração. Quando sopra forte de Nordeste, segundo Toldo, o oceano fica mais irregular: ondas de diferentes tamanhos se misturam, e o risco de o chocolatão se intensificar é maior. Quando vem de outros quadrantes, a tendência é de ondas mais regulares e de menor tamanho.
Já a temperatura da água pode subir ou descer conforme os avanços e recuos das correntes do Brasil, mais quente, que vem do norte, ou das Malvinas, mais gelada, do sul. Todas essas variáveis, que deixam a instável costa gaúcha com jeito de Dr. Jeckyll ou Mr. Hyde, poderiam ser amenizadas se o litoral tivesse barreiras naturais como enseadas.
— Costas mais fechadas atuam como filtros naturais. Temos uma costa aberta, sujeita a essas ondulações e aos ventos. Por isso, as condições do mar podem mudar de um dia para o outro. Na verdade, em poucas horas — avisa Toldo.
Fonte: Gaúcha ZH

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