Dois mil e vinte dois promete ser um ano de novos sabores na Escola Estadual de Ensino Fundamental Martimiano Ferreira Alves, na comunidade de Roça da Estância, em Mampituba. Com experiências de 2021, a escola pretende continuar a pesquisa prática sobre alimentos que crescem de graça nas hortas e quintais das famílias da comunidade: as plantas alimentícias não convencionais, mais conhecidas como Panc.
O ponto de partida foi uma aula de história da agricultura em que estudantes do EJA (Educação de Jovens e Adultos) aceitaram degustar saladas, bolinhos fritos e outros pratos com major gomes, dente de leão, serralha mansa, tansagem, almeirão selvagem.
As receitas incluíram também ingredientes locais como ovos caipira, leite de vaca e biomassa de banana. “Pensa no sucesso! As turmas do fundamental ficaram sabendo, e um estudante do 8º ano disse que queria experimentar”, relata a professora Maria Scheffer.
Sabendo que o Centro Ecológico tem uma proposta de divulgar o uso das Panc, a escola chamou o tecnólogo Nelson Bellé para conversar com as turmas. Novamente na turma do EJA, foram preparados pães coloridos e a moradora da comunidade de Vila Brocca Betinha, compartilhou seus conhecimentos sobre a combinação da biomassa de banana com outros ingredientes.
Na sequência, professoras, grupo gestor, merendeiras e auxiliar de serviços gerais , planejaram um dia de degustação e mais uma atividade onde a professora Inês da Silva Bertoldo coordenou o preparo de biscoitos com flores. “E o maravilhoso disso tudo, estudantes que eram muito retraídos, fizeram sucesso. E os próximos capítulos em 2022, com o apoio de todos , sejam bem -vindos”.
Escola teve um ano difícil
Assim como a maior parte das escolas públicas, a EEEF Martimiano viveu um 2021 que a professora Maria Scheffer classifica como complicado. “Tínhamos um projeto escolar com o tema principal Agricultura em pequenos espaços.
No decorrer do ano fomos buscando subtemas. E um deles Panc. Textos, imagens, vídeos, bate papo com colegas , estudantes, com o Bellé (Nelson, da equipe do Centro Ecológico). Fomos apertando os passos, vendo no noticiário o problema da crise financeira , aliás sentindo ela. Como assalariados a coisa fica feia , imagina quem não tem renda ou é de pequena renda”.