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Fruta do outono, goiaba orgânica produzida em Torres se destaca pela qualidade

por Melissa Maciel
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Na metade de março, quando as frutas de verão do litoral norte do Rio Grande do Sul sinalizam que vão se despedir, entram em cena as frutas do outono, como a goiaba. Neste ano, a safra que normalmente vai até a metade de abril, pode se estender até maio e, somente num pomar do município de Torres, produzir até 3.200 quilos de quatro variedades.

“Atualmente são 200 plantas em uma área de meio hectare. E a produção está concentrada em apenas 100 plantas nesse ano de 2022, por diversos motivos de manejo e condições nutricionais do solo”, explica o agricultor Joaquim Martins da Rosa, do grupo Ecotorres do José.

O jovem, que também é agrônomo, conta que a família começou com apenas 20 goiabeiras Paluma em 2004, que não foram manejadas adequadamente. Com o tempo e o aprendizado, a produção melhorou e começou a ser comercializada nas feiras. Assim, em 2014, introduziram mais três variedades: São Pedro Sato, Tailandesa e Século 21, que começaram a produzir em 2017.

Além da venda direta na Feira Ecológica de Torres, as goiabas da família Martins da Rosa chegam aos consumidores em pontos de venda especializados em orgânicos como a cooperativa Ecotorres. Escolas municipais de Torres também têm acesso às frutas, por meio do Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae) e 56% da produção é destinada ao processamento, por meio da Coopernativa e Agroindústria Morro Azul.

Comercialização – destino da produção

“Goiaba orgânica é luxo, não se encontra até hoje no mercado, então esse é um grande diferencial. Mesmo a goiaba cultivada de forma convencional não é tão facilmente encontrada. Além de tudo, o preço da nossa goiaba é menor do que as convencionais encontrada nos mercados de Torres”, orgulha-se Joaquim.

Dia da Goiaba

Para valorizar a qualidade da safra, o Centro Ecológico propôs e a Ecotorres abraçou a ideia de fazer um Dia da Goiaba, no sábado, 23 de abril. Além da degustação em receitas doces e salgadas, no café da cooperativa a confeiteira Melissa da Silva Batista usou a fruta como inspiração de um cheesecake vegano, um bolo musse e um bolo de milho com cobertura de chimia de goiaba.

Já a cozinheira Daniela Lumertz da Luz preparou pizza com molho vermelho de goiaba e o hamburguer vegano – sua especialidade na Veglab Cozinha Vegana. “A gente busca através da produção de elementos diferentes, como molho salgado, ou uma nova maneira de utilizar a fruta numa torta, educar os consumidores a usar alimentos da nossa região no dia a dia”, explicou Daniela. Ela chama atenção para o uso de frutas nativas, da época, importantes para preservar a espécies que compõem o bioma Mata Atlântica.

  • Assista em https://youtu.be/sNGUppZ0N-U o vídeo em que Daniela Lumertz da Luz fala sobre a importância das frutas nativas da época.
  • Ecotorres do José
  • É o nome de um dos 449 grupos da Rede Ecovida de Agroecologia. Pioneira no desenvolvimento de uma metodologia de certificação participativa de produtos ecológicos no Brasil, a Ecovida é formada por aproximadamente 4,5 mil famílias agricultoras organizadas em 34 núcleos regionais nos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e também no Sul de São Paulo. Atualmente com 48 grupos, o Núcleo Litoral Solidário é dos maiores núcleos regionais da Rede Ecovida.

  • Fonte: Centro Ecológico / colaboraram: Gabriela Viero Garcia e Joaquim Martins da Rosa