A Secretaria de Estado da Saúde, com o apoio da Organização Pan Americana de Saúde (OPAS), realiza na próxima semana uma oficina de capacitação teórica e prática com pesquisadores da Fiocruz para a implementação de uma nova ferramenta de armadilhas dispersoras de inseticida no estado. Essa passa a ser mais uma estratégia para controle do mosquito Aedes aegypti em Santa Catarina.
O objetivo da oficina, que acontece em Florianópolis, é capacitar os técnicos de alguns municípios e também as equipes regionais para ampliação estadual dessa estratégia, que já é utilizada no município de Joinville há dois anos.
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As Estações Disseminadoras de Larvicida (EDLs) compõem uma tecnologia desenvolvida pela Fiocruz, que basicamente utiliza água em um pote plástico de dois litros recoberto por um tecido sintético impregnado de larvicida. O objeto atrai as fêmeas do Aedes aegypti para colocar ovos e, ao pousar, elas ficam encharcadas com o inseticida. Já impregnadas, acabam contaminando outros criadouros. Como consequência, o produto impede o desenvolvimento das larvas e pupas, reduzindo a infestação do mosquito.
“A ideia é que essa seja mais uma estratégia no controle às doenças transmitidas pelo Aedes aegypti no estado, que vive um aumento nos casos de dengue desde o início do ano. E nós sabemos que evitando a proliferação do mosquito, nós conseguimos evitar o avanço da doença. Por isso, é mais um reforço nas ações já desenvolvidas para ajudar na prevenção da dengue e das outras doenças transmitidas pelo mosquito”, explica João Augusto Brancher Fuck, diretor da DIVE/SC.
A capacitação dos profissionais começa na segunda-feira, dia 30, com aulas teóricas. E se estende ao longo da semana. A partir de quarta-feira, dia 1º, começam as atividades práticas com a instalação de armadilhas em alguns bairros de Florianópolis. Essas ações podem ser acompanhadas pela imprensa.
Dengue em Santa Catarina
De acordo com o último informe epidemiológico, divulgado nesta sexta-feira, 27 pela DIVE, já foram identificados no estado 44.368 focos do Aedes aegypti em 229 municípios. Além disso, 130 municípios são considerados infestados pelo mosquito e 61 estão em epidemia de dengue.
Também já foram confirmados 50.033 casos da doença, sendo a maioria autóctone (45.968), ou seja, casos contraídos dentro do estado. Somente em 2022 já foram registrados 47 óbitos pela doença e outros 24 casos seguem em investigação.
Considerando o cenário epidemiológico, na presença de febre de início abrupto, associada à forte dor de cabeça, dor no fundo dos olhos, dores musculares, nas articulações e fraqueza, deve-se procurar atendimento em um serviço de saúde para evitar o agravamento do quadro. Apesar de não haver um medicamento específico contra o vírus da dengue, o diagnóstico precoce é muito importante para reduzir o risco de dengue grave e de morte pela doença.