Na manhã desta quarta-feira (13/07), a secretaria de Assistência Social e Direitos Humanos, representada através do secretário Fábio da Rosa e diretora administrativa, Marivânia de Oliveira, em entrevista à Rádio Maristela, apresentou para a comunidade torrense número de atendimentos a população durante o período de 01 de janeiro à 30 de junho de 2022.
De acordo com os dados divulgados, atualmente no município, há 4.037 famílias cadastradas na Central de Cadastro Único (CadÚnico) – setor de cadastro para Programas Sociais do Governo Federal – sendo o principal instrumento de identificação e caracterização da situação socioeconômica das famílias de baixa renda residentes em Torres.
Sobre o Cadastro Único
O Cadastro Único é um conjunto de informações sobre as famílias brasileiras em situação de pobreza e extrema pobreza.
Essas informações são utilizadas pelo Governo Federal, pelos Estados e pelos municípios para implementação de políticas públicas capazes de promover a melhoria da vida dessas famílias.
Devem estar cadastradas as famílias de baixa renda que ganham até meio salário mínimo por pessoa ou que ganham até três salários mínimos de renda mensal total.
Diversos programas e benefícios sociais do Governo Federal utilizam o Cadastro Único como base para seleção das famílias, um deles é o Programa Auxílio Brasil: O Auxílio Brasil é destinado a famílias em situação de extrema pobreza. Famílias em situação de pobreza também podem receber, desde que tenham, entre seus membros, gestantes ou pessoas com menos de 21 anos.
As famílias em situação de extrema pobreza são aquelas que possuem renda familiar mensal per capita de até R$ 105, e as em situação de pobreza renda familiar mensal per capita entre R$ 105,01 e R$ 210.
Esse número expressivo de famílias cadastradas chama à atenção devido ao número total da população torrense (estimada em 39.381 habitantes no ano de 2021). Considerando o contexto em que cada família seja composta de três integrantes, o número de pessoas em situação de vulnerabilidade e risco social está entre 12 e 15 mil no município.
Os benefícios concedidos através do Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) e Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS) neste período foram de 1.010 cestas básicas; 243 auxílio gás; 27 auxilio natalidade; 21 auxílio por morte; 01 auxílio fralda geriátrica; 104 auxilio passagens (Serviço ofertado para pessoas que utilizam as ruas como espaço de moradia e/ou sobrevivência.); 92 benefício prestação continuada; 48 carteira idoso (FETAPERGS); 64 atendimentos para emissão de documentos (nascimento, casamento, averbações) e 129 atendimentos de avaliação socioeconômica de IPTU.
Âmbito nacional: Brasil voltou ao Mapa da Fome
Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), o percentual de brasileiros que não têm certeza de quando vão fazer a próxima refeição está acima da média mundial. Os números das Nações Unidas mostram que não ter comida todos os dias na mesa é um problema que afeta gente no mundo todo.
No ano passado, 828 milhões de habitantes do planeta passaram fome. Pelo levantamento, o Brasil está pior do que a média global. A porcentagem de pessoas em insegurança alimentar moderada e grave é mais alta aqui.
São 61 milhões de brasileiros que enfrentaram dificuldades para se alimentar entre 2019 e 2021; 15 milhões deles passaram fome. A pesquisa faz uma média do que aconteceu durante três anos.
Entre 2014 e 2016 eram menos de 4 milhões em insegurança alimentar grave.
Na avaliação de Daniel Balaban, diretor do Programa de Alimentos da ONU no Brasil, a situação começou a piorar muito antes da pandemia.
Essa situação também é relatada no município de Torres. De acordo com Marivânia de Oliveira, até o ano de 2016, eram distribuídas 250 cestas básicas por ano, número que já ultrapassou a marca de 1.000 no primeiro semestre de 2022, como apresentado anteriormente.
Hoje, 1.700 famílias torrenses apresentam situação de extrema pobreza.
Outro dado apresentado é que, nos últimos seis meses, o Centro de Referencia da Mulher (CRM) realizou 1.682 atendimentos à mulheres vítimas de violência na Comarca de Torres (municípios de Torres, Arroio do Sal, Três Cachoeiras, Mampituba, Três Forquilhas, Dom Pedro de Alcântara e Morrinhos do Sul), destes, 1.433 foram somente em Torres, contabilizando cerca de 280 atendimentos por mês.
Aumento de casos de violência contra a mulher
Divulgado no último dia 28 de junho, o 16º Anuário Brasileiro da Segurança Pública 2022, através do Fórum Brasileiro de Segurança Pública e que se baseia em dados ocorridos no ano de 2021, fornecidos pelas secretarias de segurança pública dos estados e pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) trouxe os números em relação a violência contra a mulher. O levantamento mostra um aumento nos casos.
Segundo o documento, a cada minuto, oito mulheres sofreram algum tipo de violência no país. 56.098 foram vítimas de estupro no ano passado, um aumento de 4,2% nos casos. 75,5% das vítimas eram vulneráveis. 61,3% tinham até 13 anos de idade e em 79,6% cos casos o criminoso era conhecido das violentadas. Já os casos de assédio foram 4.922, um crescimento de 2,3% e os de importunação sexual foram 19.209, 9% a mais em comparação a 2020.
Já o crime de feminicídio também teve um aumento no país. Foram registrados 1.341 casos no ano passado, com 68,7% das vítimas entre 18 a 44 anos. Dessas, 65,6% foram mortas dentro da própria casa e 62% eram negras. 81,7% desses crimes foram cometidos pelos próprios companheiros ou ex-companheiros que não concordavam com a separação do casal. Rio Grande do Sul e o Mato Grosso do Sul são os estados que registraram a maioria dos casos, cerca de sete casos por mil mulheres.
Pela primeira vez na história, o levantamento trouxe também os casos de perseguição ou salking. No total, foram 27.722 registrados. Os de violência psicológica contra o público feminino somaram 8.390.
Confira a entrevista completa cedida pela Secretaria de Assistência Social e Direitos Humanos
Com informações Anuário Brasileiro da Segurança Pública 2022 e Agência Brasil e Portal G1
Estagiária Heloísa Cardoso, sob supervisão de Leonir Alves.
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