O Poder Judiciário do Rio Grande do Sul aceitou a denúncia do Ministério Público (MPRS), que indica o soldado I.J.S.E. como o autor do disparo que matou o policial rodoviário federal aposentado Fábio Cesar Zortéa, 59 anos, durante uma abordagem policial envolvendo os filhos de Zortéa, em agosto de 2021.
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Ao todo, nove pessoas cometeram crimes na ocasião, sendo três civis, entre eles os dois filhos da vítima, e seis policiais militares. As investigações apontaram somente o soldado I.J.S.E. de ter cometido o crime de homicídio simples. Os demais envolvidos, a pedido do MPRS, terão os fatos apurados em processos separados.
Na Justiça Militar será analisado os crimes dos demais policiais como abuso de autoridade, omissão de socorro, lesão corporal e fraude processual. Outro expediente será para apurar as atitudes dos filhos de Zortéa, que inicialmente foram indiciados por dano simples, resistência à prisão, desobediência e desacato.
A defesa do policial I.J.S.E., o advogado Maurício Adami, afirma que o cliente realizou uma ação em legítima defesa própria e a do colega e que a denúncia ignorou a conduta ilícita dos filhos de Zortéa que justificaram os disparos.
Conforme o defensor, as provas serão novamente apresentadas na instrução para buscar uma absolvição sumária por excludente de licitude (legítima defesa) e evitar uma sentença de pronúncia, o que levaria o réu a júri popular.
Já o advogado da família Zortéa, Ivam Brocca, afirma não concordar com a denúncia do Ministério Público por homicídio simples, pois o MP entendeu que houve dolo eventual, ou seja, que os policiais não queriam aquele resultado, mas acabou acontecendo. Para Ivam, o promotor está dando de bandeja a absolvição para quem tirou a vida do Zortéa com dois tiros.
“Considero diante da denúncia do MP que o Estado não está querendo cortar na própria carne. Eu acho incompatível a denúncia realizada por homicídio simples, considerando que houve sim uma execução pelo modo como ocorreu a operação. Não há como conceber. Vamos recorrer.”, desabafa o advogado.
Relembre o caso:
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